Trump: as ações nas bolsas dos Estados Unidos e o dólar recuavam em meio às polêmicas (Reuters/Reuters)
Reuters
Publicado em 17 de maio de 2017 às 16h27.
Washington - Um pequeno mas crescente número de parlamentares do Partido Republicano, do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu nesta quarta-feira a realização de um inquérito independente sobre a possível ligação entre a campanha presidencial de 2016 do empresário e a Rússia, e um deles inclusive citou um impeachment devido à alegação do ex-chefe do FBI de que Trump tentou paralisar uma investigação da agência.
A turbulência em Washington se agravou diante da alegação de que Trump tentou pôr fim às investigações do FBI sobre os laços do ex-conselheiro de segurança nacional de Trump, Michael Flynn, e a Rússia.
As ações nas bolsas dos Estados Unidos e o dólar recuavam em meio às polêmicas envolvendo Trump, com os investigadores questionando se o presidente conseguirá cumprir sua agenda política, incluindo reformas tributária e regulatória.
O presidente da Câmara dos Deputados, Paul Ryan, garantiu que a agenda legislativa dos republicanos não está paralisada pela turbulência na Casa Branca.
James Comey, cuja demissão como diretor do FBI na semana passada aumentou a tempestade política, escreveu anotações detalhando comentários de Trump em encontro com ele em fevereiro, nos quais o presidente disse "espero que você possa deixar isso pra lá", referindo-se à investigação sobre Flynn, de acordo com uma fonte que viu as anotações de Comey.
Trump demitiu Comey em meio a uma investigação do FBI sobre possível interferência da Rússia na eleição presidencial de 2016 e os possíveis laços da campanha de Trump com os russos. Em uma investigação separada mas relacionada, o FBI apura os laços de Flynn com a Rússia.
Parlamentares democratas cobraram o Departamento de Justiça a nomear um promotor especial para investigar a questão russa.
Perguntado por jornalistas se considerava que as alegações contra Trump eram suficientes para um impeachment, o deputado republicano Justin Amash disse: "Se as alegações forem verdadeiras, sim. Mas todo mundo neste país recebe um julgamento justo, incluindo o presidente ou qualquer outro".
Amash integra um grupo parlamentar republicano que já pediu por uma investigação de uma comissão independente. Questionado se confiava em Comey ou em Trump, Amash respondeu: "Acho que está bastante claro que tenho confiança no diretor Comey".
Enquanto a controvérsia se espalha por Washington, Trump foi desafiador durante discurso em cerimônia de formação de oficiais da Academia da Guarda Costeira dos EUA em Connecticut, reclamando da cobertura da mídia e dizendo que nenhum político na história "foi tratado pior ou mais injustamente".
Trump disse que "a adversidade te faz mais forte", acrescentando que as coisas nem sempre são justas, mas que a pessoa precisa "lutar, lutar e lutar". "Nunca desistir, as coisas irão sair bem".