Akihito: a Lei de Sucessão em vigor no Japão não contempla a abdicação, por isso seria necessária uma revisão (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 4 de agosto de 2016 às 12h18.
Tóquio - Uma pesquisa apontou que 85,7% dos japoneses aceitaria a abdicação do imperador do Japão, Akihito, segundo divulgou nesta quinta-feira a agência local "Kyodo".
O levantamento foi feito após a imprensa japonesa publicar, citando fontes da Agência da Casa Imperial, que o imperador de 82 anos tem a intenção de, "nos próximos anos", deixar o Trono do Crisântemo ao primogênito Naruhito, de 56 anos, devido à idade avançada e seu estado de saúde.
Akihito deve fazer um discurso na televisão no dia 8 de agosto, no qual abordará a vontade de abdicar, mesmo que de forma ambígua, evitando falar diretamente de abdicação, mas dando a entender com outros termos.
Isso seria motivado pelo fato de que a Constituição japonesa não contempla atualmente provisões para a sucessão em vida, e a saúde do imperador do Japão se mostrou debilitada nos últimos anos.
Akihito se submeteu a uma cirurgia de ponte de safena em 2012 e teve câncer de próstata em 2003, após o qual foi diagnosticado com osteoporose devido ao efeito do tratamento hormonal.
Devido à idade e aos problemas de saúde do imperador, a opinião pública japonesa debateu nos últimos anos a possibilidade de reduzir a carga de trabalho de Akihito, que delegou ao filho Naruhito algumas das obrigações de sua agenda.
A Lei de Sucessão em vigor no Japão não contempla a abdicação, por isso seria necessária uma revisão para fazer com que o cargo seja transferido para Naruhito após a renúncia do pai.
O imperador só falou ao povo japonês pela televisão em uma ocasião: no 16 de março de 2011, por causa do terremoto e da tsunami que devastaram o nordeste do país e provocaram o pior acidente nuclear desde Chernobyl na usina de Fukushima.