Manifestantes pró-Rússia fazem ato em frente ao parlamento da Crimeia: referendo da Crimeia foi declarado ilegal pelo governo central da Ucrânia (AFP)
Da Redação
Publicado em 10 de março de 2014 às 13h38.
Moscou - Mais de 80% dos crimeanos defendem a incorporação da república autônoma ucraniana à Federação da Rússia, revelou uma pesquisa citada nesta segunda-feira pelo presidente do Legislativo da Crimeia, Vladimir Konstantinov, a quem o governo de Kiev nega toda legitimidade.
"Mais de 80% dos habitantes da Crimeia desejam fazer parte da Rússia. Esses dados foram divulgados ontem em uma pesquisa realizada pela Focus-Grupp", disse Konstantinov a um grupo de jornalistas em Simferopol - a capital autônoma -, segundo a agência russa "Interfax".
De acordo com o presidente do Legislativo, a participação da população no referendo do próximo domingo será "bastante alta".
Nesta consulta, os crimeanos terão que responder duas perguntas: "Está o senhor a favor da reunificação da Crimeia com a Rússia como sujeito da Federação Russa?" e "Está o senhor a favor que se volte a pôr em vigor a Constituição da Crimeia de 1992 e do status da Crimeia como parte da Ucrânia?".
O referendo da Crimeia foi declarado ilegal tanto pelo governo central da Ucrânia como por grande parte da comunidade internacional, incluindo Estados Unidos e União Europeia.
Konstantinov assegurou que os moradores da Crimeia "devem se sentir tranquilos", já que as autoridades controlam totalmente a situação na Crimeia e não permitirão "nenhum tipo de provocação".
Na Crimeia, península banhada pelo Mar Negro, a população é dividida entre 60% de russos e 25% de ucranianos, além de uma minoria tártara - a favor da Europa - de 12%.
O presidente do Legislativo autônomo indicou hoje que, independente dos resultados do referendo na Crimeia, o governo deverá impulsionar o desenvolvimento das três línguas faladas em seu território: o russo, o ucraniano e o tártaro crimeano.
No entanto, segundo ele, "não haverá mais filmes em ucraniano", já que, em breve, eles serão retirados dos cinemas.