Líbia: desde 2011 o Unicef tem aumentado a ajuda ao território, e mais de 1,3 milhão de crianças já foram vacinadas contra a pólio (Pool/Getty Images)
EFE
Publicado em 10 de agosto de 2017 às 11h32.
Trípoli - Mais de meio milhão meninas e meninos necessitam urgentemente de assistência na Líbia por conta das carências causadas pelo caos político, a instabilidade e a guerra civil que o país vive desde 2011, quando acabou a ditadura de Muammar Gaddafi, advertiu o diretor do Fundo das Nações Unidas para a Infância no norte da África, Geert Cappelaere.
Ao término da sua primeira visita ao país, Cappelaere alertou também sobre a extrema vulnerabilidade das mais de 80 mil crianças que se viram obrigadas a se deslocar internamente por causa da violência diária e da ameaça permanente de milícias e máfias.
"Seis anos depois do início da crise na Líbia, cerca de 550 mil crianças necessitam de assistência devida à instabilidade política, ao conflito que acontece, ao deslocamento e ao colapso econômico. A extrema violência em algumas partes do país obrigou famílias inteiras a abandonar as suas casas. As mais de 80 mil crianças que estão em situação de deslocamento interno são especialmente vulneráveis à exploração, incluindo aquelas que estão em centros de detenção", explicou em comunicado.
Neste contexto, Cappelaere lembrou que desde 2011 o Unicef tem aumentado a ajuda ao território, e mais de 1,3 milhão de crianças já foram vacinadas contra a pólio.
"O Unicef pretende que toda a equipe internacional retorne e opere com capacidade completa a partir de outubro. O bem-estar dessas crianças deve ser prioridade para as autoridades locais, para a sociedade civil e para a comunidade internacional", acrescentou.
A Líbia vive diversos problemas e é vítima do caos e da guerra civil, desde que a queda de Gaddafi, uma vitória dos rebeldes com o respaldo da Otan. Atualmente, dois governos disputam o poder apoiado por distintas milícias, um sustentado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Trípoli e outro no leste sob o comando militar de Khalifa Hafter, que domina 60% do território nacional.
Deste cenário, tiram proveito grupos jihadistas e máfias dedicadas ao tráfico de combustível, armas e pessoas.