Armas nos EUA: o relatório foca nas brechas legais e no laxismo das normas americanas nesta matéria (Ethan Miller/Getty Images)
EFE
Publicado em 2 de fevereiro de 2018 às 16h37.
Washington - Mais de 50 mil armas originárias dos Estados Unidos foram recuperadas em investigações criminais de 15 países da América Central e da América do Norte entre 2014 e 2016, segundo um estudo do Center for American Progress publicado nesta sexta-feira em Washington.
Um total de 15 países da América do Norte, América Central e Caribe recolheram no total de 50.133 armas de fogo usadas em atividades criminosas e procedentes dos EUA.
Assim aparece no relatório divulgado nesta sexta-feira e intitulado "Além das nossas fronteiras: Como o débil regulamento de armas dos EUA contribui para o crime violento no exterior".
Muitas dessas armas foram exportadas legalmente e não foram concebidas para o crime até que cruzaram a fronteira, já que os EUA são um dos grandes exportadores de armas de fogo a nível mundial com uma média de quase 300 mil vendidas a outros países a cada ano.
O relatório, no entanto, foca nas brechas legais e no laxismo das normas americanas nesta matéria, que contribuem para o tráfico ilegal de armas em seu território, mas também em Estados próximos.
Entre os casos mais destacados, o estudo recolhe o de um grupo que comprou em 2015 cem armas mediante o chamado método de "compra fantasma" no Texas para depois levá-las ao México.
Com objeto de reverter esta situação, o centro de pensamento progressista incidiu na aplicação de alguns mecanismos como estabelecer revisões universais e obrigatórias do histórico da pessoa que queira adquirir uma arma.
Outro conselho é considerar como um delito federal o tráfico de armas e o método de "compra fantasma".
Além disso, é preciso acabar com "os esforços para debilitar a revisão das exportações de armas", em referência à possibilidade de o Governo de Donald Trump mudar esta competência do Departamento de Estado ao de Comércio.
O estudo aponta diretamente à Administração e aos legisladores, já que - segundo indica - "têm uma obrigação moral de agir para fortalecer os regulamentos de armas em um esforço por melhorar a segurança pública dentro e fora dos Estados Unidos ".