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Mais de 400 estão em vigilância sanitária pelo ebola no Mali

Balanço anterior informava que 268 pessoas estavam em observação, segundo a Organização Mundial da Saúde

Policiais custodiam a clínica Pasteur, onde as pessoas se encontram em quarentena em Bamaco (Habibou Kouyate/AFP)

Policiais custodiam a clínica Pasteur, onde as pessoas se encontram em quarentena em Bamaco (Habibou Kouyate/AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2014 às 16h36.

Bamako - Temendo um aumento dos casos de ebola, o Mali, onde a febre hemorrágica fez quatro vítimas fatais em menos de um mês, anunciou ter colocado em vigilância sanitária mais de 440 pessoas por risco de terem mantido contato com portadores do vírus.

Todas essas pessoas estão ligadas ao imã guineano que morreu em 25 de outubro em Bamako, e não ao primeiro caso da doença, o de uma menina também da Guiné, de dois anos, que morreu em 24 de outubro em Kayes (oeste), informou o ministério da Saúde em um comunicado.

O balanço anterior informava que 268 pessoas estavam em observação, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O país luta para evitar que um surto menor se torne uma grande crise, após a morte do imã e da enfermeira que cuidou dele em Bamako.

Um amigo que tinha visitado o imã na clínica Pasteur também morreu, possivelmente de ebola, assim como a criança da cidade de Kayes, um caso sem vínculos com o do religioso.

"O número de contatos acompanhados pelo serviços de saúde chega a 442. Todos foram colocados sob observação para controle sanitário", disse Samba Sow, do centro de operações de emergência do ebola em um comunicado publicado na noite de domingo.

Equipes de investigação têm rastreado funcionários de saúde e vasculhado Bamako e a casa do imã, na cidade de Kouremale, na fronteira com a Guiné, em busca de pessoas que pudessem ter sido expostas ao vírus.

Quanto ao número de mortos, este permaneceu inalterado com relação ao boletim de 15 de novembro, e se mantém em quatro pessoas vitimadas pelo vírus.

A Comissão Europeia, braço executivo da UE, anunciou nesta segunda-feira uma nova liberação de 29 milhões de euros para ajudar a África ocidental a combater a epidemia, que dá sinais de disseminação ao Mali, uma evolução que considerou "muito perigosa", segundo o coordenador da UE contra a doença, Christos Stylianides.

Em declarações ao Parlamento Europeu, de volta de uma missão na região, Stylianides, comissário europeu de desenvolvimento, disse estar "preocupado com a propagação ao Mali" da epidemia.

A Cruz Vermelha Internacional anunciou ter enviado especialistas àquele país, vizinho da Guiné, um dos focos da epidemia.

Os especialistas devem "ajudar a Cruz Vermelha local a planejar as operações que permitam conter" a epidemia, disse um dos encarregados da organização, Birt Hald.

Também nesta segunda, as autoridades americanas intensificaram as triagens em viajantes procedentes do Mali, adicionando este à lista de outros três países do oeste africano - Libéria, Serra Leoa e Guiné -, cujos cidadãos são submetidos a estas medidas.

Em um comunicado conjunto com o Departamento de Segurança Doméstica, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) informou que o Mali foi adicionado à lista "porque tem registrado um número de casos confirmados de ebola" nos últimos dias.

"Um grande número de indivíduos podem ter sido expostos a estes casos", destacou o comunicado.

"A medida é uma precaução diante da possibilidade de que outros casos de ebola possam surgir no Mali nos próximos dias", prosseguiu.

A epidemia de ebola, que foi declarada em dezembro de 2013 no sul da Guiné, causou 5.177 mortos entre os 14.413 casos registrados em oito países, segundo o mais recente balanço da OMS divulgado em 11 de novembro.

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