(AFP/AFP)
Da redação, com agências
Publicado em 6 de março de 2022 às 17h15.
A polícia russa deteve mais de 4.300 pessoas neste domingo em protestos em todo país contra a invasão da Ucrânia pelo presidente Vladimir Putin, de acordo com um grupo independente de monitoramento.
Milhares de manifestantes gritavam "Não à guerra!", segundo vídeos postados nas redes sociais por ativistas e blogueiros da oposição. De acordo com a organização, mais de 11.000 manifestantes foram detidos na Rússia desde 24 de fevereiro, quando começaram as operações militares.
Apesar das intimidações das autoridades e da ameaça de penas de prisão, protestos - limitados - foram organizados todos os dias da última semana em diversas cidades do país. O líder opositor Alexei Navalny - que está preso - convocou os russos a sair às ruas todos os dias para pedir a paz, apesar da pressão do governo.
A Reuters não conseguiu verificar de forma independente as imagens e fotografias nas redes sociais. O Ministério do Interior da Rússia disse anteriormente que a polícia havia detido cerca de 3.500 pessoas, incluindo 1.700 em Moscou, 750 em São Petersburgo e 1.061 em outras cidades.
O Ministério do Interior informou que 5.200 pessoas participaram dos protestos. O grupo de monitoramento de protestos OVD-Info teria documentado a detenção de, pelo menos, 4.366 pessoas em 56 diferentes cidades.
"Os parafusos estão sendo totalmente apertados, estamos testemunhando a censura militar", disse Maria Kuznetsova, porta-voz da OVD-Info, por telefone de Tbilisi.
Para dissuadir qualquer crítica, as autoridades russas aprovaram uma nova lei na sexta-feira que reprime "informações falsas" sobre as atividades do exército russo na Ucrânia. De acordo com o texto, as penas variam de multa a 15 anos de prisão.
Meios de comunicação russos e estrangeiros anunciaram a suspensão das atividades na Rússia. As pessoas que protestam contra a presença militar russa na Ucrânia estão sistematicamente expostas a multas, de acordo com um novo artigo do código administrativo que proíbe ações públicas que "desacreditem as Forças Armadas".
Com AFP e Reuters
Leia mais