Refugiados: nas últimas semanas, a passagem de afegãos já tinha sido proibida, por eles não serem considerados refugiados (Dimitar Dilkoff / AFP)
Da Redação
Publicado em 7 de março de 2016 às 12h07.
Atenas - Mais de 36 mil refugiados estão retidos em solo grego, número que poderia disparar com rapidez, pois a Macedônia começou a selecionar os sírios e iraquianos que podem entrar, conforme revelaram organizações humanitárias.
Nas últimas 24 horas, as autoridades da Macedônia permitiram a passagem de 300 pessoas e, segundo as organizações humanitárias, a guarda de fronteira já não permite a travessia de todos os sírios e iraquianos, mesmo os que estão de posse da documentação correta.
O porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) em Idomeni, Babar Baloch, confirmou à Agência Efe que este tipo de seleção "arbitrária" está de fato ocorrendo e que, por enquanto, não está claro que critérios os guardas utilizam na hora de fazer este crivo.
Nas últimas semanas, a passagem de afegãos já tinha sido proibida, por eles não serem considerados refugiados.
Desde final de novembro, a Macedônia não deixava cidadãos considerados migrantes econômicos, como paquistaneses, iranianos e norte-africanos atravessar a fronteira.
Ontem, um grupo privado conseguiu juntar toneladas de artigos de primeira necessidade em uma campanha na Praça Syntagma, em Atenas, com a participação de milhares de cidadãos.
Todos os artigos recolhidos foram levados ao Porto de Pireu e ao centro de amparo de Hellinikon que em seus três pavilhões abriga mais de 4 mil pessoas.
O ministro de Migração, Yannis Mouzalas, advertiu ontem que a Grécia deve se preparar para receber uma grande quantidade de pessoas, apesar de evitar dar números, algo que fez este fim de semana o comissário europeu de Migrações, Dimitris Avramopoulos, que falou da possibilidade de que no fim do mês possa haver 100 mil migrantes em solo grego.
Segundo a seção grega da Cruz Vermelha, o número de pessoas retidas na Grécia já chega a 50 mil.