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Mais de 200 milhões de crianças sofrem violência sexual

Segundo um relatório do Plano Internacional, 150 milhões de meninas e 73 milhões de meninos sofreram algum tipo de violência sexual no mundo todo


	Crianças: mais de 200 milhões já sofreram algum tipo de violência sexual
 (Getty Images)

Crianças: mais de 200 milhões já sofreram algum tipo de violência sexual (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 9 de março de 2013 às 13h58.

Panamá - Mais de 200 milhões de crianças foram vítimas de violência sexual no mundo, segundo um relatório do Plano Internacional, ONG que propõe uma maior ação dos governos e da sociedade civil para erradicar este problema.

O relatório 'O direito das meninas a aprender sem medo', ao qual a Agência Efe teve acesso neste sábado, mostra que 'em nível mundial estima-se que 150 milhões de meninas e 73 milhões de meninos sofreram algum tipo de violência sexual' no mundo todo.

Com base nos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Plano afirma que 'quase metade de todas as agressões sexuais são cometidas contra meninas menores de 16 anos'.

Entre 500 milhões e 1,5 bilhão de meninos e meninas sofrem algum tipo de violência a cada ano , indica o estudo da ONG, que está presente em 70 países, e ressalta que 'a prevalência da violência sofrida por meninos e meninas no mundo é inaceitável'.

Além disso, pelo menos 246 milhões de meninos e meninas no mundo sofrem violência nas escolas a cada ano, segundo os cálculos de Plano.

'Cerca de 66 milhões de meninas não recebem a educação que poderia transformar suas próprias vidas e o mundo em que vivem', já que é mais provável que aquelas que completam a educação primária e o ensino médio tenham uma renda mais alta, menos gravidezes não desejadas e rompam assim os ciclos de pobreza.

A ONG identifica a violência de gênero e a existente em torno das escolas como 'principal barreira para a conquista da educação de qualidade'.


O Plano acrescenta que 'na maioria de sociedades, as relações desiguais de poder entre adultos e crianças e os estereótipos de gênero deixam as meninas, nas escolas, vulneráveis ao assédio sexual, coerção, exploração e discriminação dos docentes'.

No caso da América Latina e do Caribe, as gravidezes precoces, que aumentam na região, demonstram uma situação de abuso e de violência sexual que configura uma ação delitiva que prejudica 'gravemente' o desenvolvimento atual e futuro das meninas.

Assim afirmou à Efe o austríaco Roland Angerer, diretor regional de Plano, que afirma que a América Latina e o Caribe contam com pouco mais de 104 milhões de meninas, muitas delas sem oportunidades de desenvolvimento.

Nessa realidade incidem de forma determinante as gravidezes não desejadas, que muitas vezes acontecem como consequência da violência doméstica, nas escolas e também pelo ambiente social da comunidade em que vivem, sustentou o diretor para a América Latina e o Caribe desta ONG.

Outro fator que influencia contra o desenvolvimento das meninas é o trabalho doméstico, que segundo Angerer 'toma o tempo' para estudar e atrasa sua entrada à escola.

Somado a isto, estão os conteúdos educativos, que se constituem em outra barreira que 'também não ajuda a superar as diferenças de gênero', diminuindo suas oportunidades e autonomia, acrescentou o diretor de Plano, que tem no Panamá seu escritório regional para a América Latina e o Caribe.


A ONG enfatiza a necessidade de além de assegurar o acesso às escolas, as meninos e meninas devem receber uma 'educação de qualidade, em ambiente escolar seguro, livre de preconceitos e que promova a igualdade de gênero'.

Nesse sentido, Plano propõe também ações 'integrais e integradas' entre os governos e a sociedade civil para prevenir e responder à violência.

Ditas ações e políticas 'devem ser sensíveis ao gênero, levar em conta a diversidade de experiências, as necessidades de meninas e crianças marginalizadas, e analisar especificamente o contexto escolar', destaca a ONG, fundada em 1938.

Acompanhe tudo sobre:CriançasOMS (Organização Mundial da Saúde)

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