Milhares de palestinos apoiaram uma paralisação geral e se manifestaram hoje em algumas das principais cidades da Cisjordânia (Ibraheem Abu Mustafa/Reuters)
EFE
Publicado em 7 de dezembro de 2017 às 19h42.
Última atualização em 7 de dezembro de 2017 às 19h47.
Jerusalém, 7 dez (EFE).- Os enfrentamentos envolvendo soldados israelenses e palestinos durante os protestos em Gaza e na Cisjordânia contra o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel pelos Estados Unidos, e contra a decisão de Trump de transferir a embaixada de seu país para a Cidade Sagrada, deixaram 24 palestinos feridos nesta quinta-feira.
Erab Fuqaha, porta-voz do Crescente Vermelho, o equivalente islâmico da Cruz Vermelha, afirmou que 108 pessoas tiveram que ser atendidas hoje por causa dos enfrentamentos, entre elas, 77 por inalação de gás lacrimogêneo, cinco por ferimentos de bala, 19 por balas de borracha e o restante por golpes e contusões.
Milhares de palestinos apoiaram uma paralisação geral e se manifestaram hoje em algumas das principais cidades da Cisjordânia, como Hebron, Ramala e Belém, em protestos que resultaram em enfrentamentos com tropas israelenses, como também aconteceu em Gaza, onde centenas de jovens se aproximaram da área fronteiriça para enfrentar os militares de Israel.
Além disso, no fim do dia, o exército atacou duas infraestruturas militares em Gaza em resposta ao lançamento de projéteis da Faixa contra Israel, sendo que um dos foguetes chegou a cair em território israelense, informaram as forças armadas em um comunicado militar, no qual o exército israelense reiterou que responsabiliza o movimento islamita Hamas pelas "ações hostis" vindas da Faixa.
"Um projétil foi lançado do norte de Gaza e explodiu no sul de Israel. Em resposta a este lançamento e a outros projéteis que foram disparados contra Israel ao longo do dia, mas que caíram na Faixa de Gaza, um tanque do exército e um avião atacaram dois postos militares", anunciou o exército na nota.
Ismail Haniye, chefe político do movimento islamita, pediu hoje o início da Terceira Intifada e propôs que amanhã aconteça um novo "Dia da Ira" em rejeição ao anúncio dos EUA.
Teme-se que amanhã, sexta-feira, o dia sagrado para os muçulmanos, a tensão aumente e as manifestações voltem a ocorrer nos territórios ocupados, por isso o exército israelense reforçou seus efetivos na Cisjordânia. EFE