Brexit: "Enquanto eles estiverem aqui e nós formos membros da União Europeia, poderão exercer os direitos que estão nos tratados" (Jeff J Mitchell/Getty Images)
EFE
Publicado em 6 de março de 2017 às 15h58.
Última atualização em 6 de março de 2017 às 16h02.
Londres - Mais de 136 mil cidadãos da União Europeia (UE) pediram um certificado de residência permanente no Reino Unido nos seis meses posteriores ao referendo de 23 de junho, no qual os britânicos votaram por deixar o bloco comunitário, informou nesta segunda-feira o Ministério do Interior.
Em um comparecimento na câmara dos Comuns, o secretário de Estado de Interior britânico, Robert Goodwill, insistiu que o governo da primeira-ministra, Theresa May, espera chegar a um acordo com Bruxelas para garantir os direitos adquiridos pelos 3,15 milhões de comunitários que vivem no Reino Unido.
"Enquanto eles estiverem aqui e nós formos membros da União Europeia, poderão exercer os direitos que estão nos tratados", disse Goodwill, para quem o futuro status dos comunitários após o "Brexit" deve ser "solucionado o mais rápido possível".
"Certamente, também necessitamos que seja reconhecido o status dos britânicos no resto da União Europeia, que também querem e merecem as mesmas proteções", afirmou.
Os veículos de imprensa britânicos recolheram nos últimos meses queixas por parte de cidadãos europeus que encontraram impedimentos para receber um certificado de residência permanente, um direito que é adquirido após cinco anos em um país comunitário.
Segundo o relatório publicado no final de fevereiro pelo Partido Liberal-Democrata britânico, o Ministério do Interior rejeita cerca de 28% desses pedidos, para os quais os interessados devem preencher um formulário de 85 páginas.
A conservadora May espera ativar neste mês o artigo 50 do Tratado de Lisboa, a formalidade que dará início a um período de dois anos nos quais Londres e Bruxelas negociarão as condições de saída do bloco para o Reino Unido, entre elas os futuros direitos dos expatriados.