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Mais de 200 manifestantes foram presos em Paris após confronto com polícia

Os manifestantes construíram barricadas no meio das ruas, atearam fogo e lançaram pedras contra os policiais

Protesto em Paris: além de serem contra o aumento de impostos, manifestantes também se opõem a políticas mais amplas do presidente francês (Benoit Tessier/Reuters/Reuters)

Protesto em Paris: além de serem contra o aumento de impostos, manifestantes também se opõem a políticas mais amplas do presidente francês (Benoit Tessier/Reuters/Reuters)

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Reuters

Publicado em 1 de dezembro de 2018 às 11h47.

Última atualização em 1 de dezembro de 2018 às 16h01.

Paris - Mais de 90 pessoas ficaram feridas e mais de 200 acabaram presas no centro de Paris neste sábado, depois de conflitos violentos entre a polícia e manifestantes "coletes amarelos", na terceira semana de protestos ao redor da França contra o alto custo de vida no país.

A polícia disparou gás lacrimogêneo, granadas de efeito moral e jatos de água em conflito com manifestantes nas proximidades do Arco do Triunfo, perto da avenida Champs-Elysées, e mais embates foram relatados em outros pontos do centro da capital, assim como em outras cidades do país.

A polícia disse que 205 pessoas foram presas e alguns estão preocupados que grupos violentos de extrema-direita ou extrema-esquerda estejam se infiltrando entre os "gilets jaunes" (coletes amarelos), numa manifestação espontânea contra a luta de muitos na França para fazer frente à alta de preços.

Por três semanas, manifestantes bloquearam estradas em protestos em toda a França, impondo um dos maiores desafios ao presidente Emmanuel Macron em seus 18 meses de mandato.

Na capital, foram registrados 92 feridos, inclusive 14 membros das forças de segurança. Além disso, 205 pessoas foram presas, segundo a prefeitura.

O primeiro-ministro da França, Edouard Philippe, cancelou um discurso planejado em um comício para monitorar os acontecimentos em Paris.

"Estamos comprometidos com o diálogo, mas também com o respeito à lei", disse Edouard Phillipe a repórteres. "Estou chocado com os ataques contra símbolos da França."

Centenas de coletes amarelos, que não têm líderes e têm se organizado pela internet, sentaram-se em volta da Tumba do Soldado Desconhecido, sob o Arco do Triunfo, cantando a Marselhesa, hino nacional francês, e pedindo a renúncia de Macron.

Alguns manifestantes foram vistos em cima do arco.

Outros conflitos aconteceram em cidades como Nantes, no oeste, Toulouse e Tarbes, no sudoeste, Puy-en-Velay, no centro do país, Charleville Mezieres, no nordeste, e Avignon, no sudeste.

Ao longo da Champs-Elysées, que foi interditada, manifestantes pacíficos seguravam cartazes dizendo "Macron, pare de nos tratar como idiotas".

O presidente, que está na cúpula do G20, na Argentina, disse na terça-feira que entendia a raiva dos eleitores fora das grandes cidades da França contra o aperto que o preço do combustível impôs às famílias, mas insistiu que não mudaria sua política por causa de "bandidos".

Phillipe disse que havia 5.500 manifestantes em Paris, com 36.000 ao redor da França. Sindicatos da polícia informaram que houve 582 bloqueios a estradas.

Como resultado dos violentos confrontos em Paris, pelo menos 19 estações de metrô no centro da capital foram fechadas neste sábado, informou a BFM TV.

A Galeries Lafayette e a loja de departamento Printemps também fecharam as portas conforme a violência se espalhava na área, disseram duas porta-vozes à Reuters.

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