Refugiada síria abraça bebê: a agência afirmou que os imigrantes que chegam ao litoral grego são em sua maioria cidadãos sírios (Giorgos Moutafis / Reuters)
Da Redação
Publicado em 10 de novembro de 2015 às 13h36.
Varsóvia - Mais de 540 mil imigrantes chegaram às ilhas gregas nos dez primeiros meses deste ano, 13 vezes a mais que no mesmo período de 2014, informou nesta terça-feira a agência europeia de controle das fronteiras exteriores "Frontex".
Em comunicado, a agência afirmou que os imigrantes que chegam ao litoral grego são em sua maioria cidadãos sírios e destacou também nas últimas semanas que o número de afegãos que chegam à Grécia aumentou "consideravelmente".
Apesar de em outubro as condições meteorológicas terem piorado, mais de 150 mil pessoas fizeram a travessia desde Turquia à Grécia no mês passado. Em outubro de 2014, 8,5 mil foram registradas.
Esta pressão migratória se traduziu em um aumento dos fluxo através das fronteiras exteriores da UE nos Bálcãs ocidentais, principalmente nas fronteiras da Hungria e Croácia com a Sérvia, com meio milhão de deslocados detectados entre janeiro e outubro.
A maioria dos imigrantes que atravessou a região balcânica tinha chegado antes às ilhas gregas do mar Egeu, para se dirigir depois a outros países da UE através da antiga Iugoslávia (Macedônia e Sérvia), segundo a Frontex.
Em contraste com os números recorde registrados na Grécia e nos Bálcãs ocidentais, o número de pessoas que chegaram desde a Líbia à Itália através da rota do Mediterrâneo reduziu, em grande parte devido à escassez de embarcações disponíveis para as máfias.
Nos primeiros dez meses deste ano, foram detectadas 140 mil chegadas através dessa rota, em comparação com as quase 155 mil do mesmo período de 2014.
Em termos gerais, o número de cruzamentos ilegais nas fronteiras exteriores da UE entre janeiro e outubro de 2015 se situou em um número sem precedentes: 1,2 milhão, quatro vezes mais que as 282 mil registradas em todo o ano passado.
Como parte de seu esforço para ajudar a Grécia e os países dos Bálcãs ocidentais, a agência reforçou sua operação marítima Poseidon e desdobrou 114 oficiais em Lesbos e outras ilhas, onde apoiam às autoridades locais na identificação, registro e tomada de impressões digitais dos recém chegados.
Além disso, a Frontex realiza em Lesbos um projeto piloto de registro acelerado para encurtar o tempo de espera dos solicitantes de asilo e simplificar seu realocação.
A Agência também ofereceu aumentar sua presença nas fronteiras terrestres gregas com a Macedônia e Albânia, assim como na fronteira da Croácia com a Sérvia.
"Estamos em estreito contato com a Grécia e Croácia para definir o tipo de apoio que estes Estados-membros da UE esperam da Frontex", disse no comunicado o diretor-executivo da Agência, Fabrice Leggeri.