Voluntária prepara comida para combatentes do Exército Livre da Síria: ONU estima que mais de 8,3 milhões de sírios precisarão de ajuda humanitária em 2014 (Hamid Khatib/Reuters)
Da Redação
Publicado em 7 de outubro de 2013 às 18h42.
Mais de quatro milhões de sírios fugirão da guerra em seu país em 2014, de acordo com estimativas da ONU divulgadas nesta segunda-feira.
Desse número, exatos 4,25 milhões, dois milhões se tornarão refugiados (contra um total previsto para o final de 2013 de 3,2 milhões de refugiados desde o início do conflito, em março de 2011), enquanto outros 2,25 milhões vão se deslocar dentro da Síria (já são 4,25 milhões de deslocados internos atualmente), de acordo com um documento publicado pela ONU durante uma reunião de organizações humanitárias organizada no dia 26 de setembro em Amã.
Segundo o documento, a agência de coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha) explicou durante a reunião que "o cenário mais provável" para 2014 é o de uma "escalada do conflito com um comprometimento dos serviços essenciais e uma erosão ainda maior dos mecanismos de ajuda", que serão acompanhados de um aumento da ameaça aos trabalhadores humanitários.
A ONU estima que mais de 8,3 milhões de sírios precisarão de ajuda humanitária em 2014, ou seja, um aumento de 37% em relação a este ano, indica o documento.
Dessas 8,3 milhões de pessoas, 6,5 milhões serão deslocados internos, 54% a mais do que neste ano.
A população da Síria era avaliada em mais de vinte milhões de habitantes antes do início do conflito neste país.
"Não se trata de números definitivos para 2014 (...) porque faltam ainda dois meses até o final do ano para que os cálculos sejam concluídos", ressaltou à AFP um porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur), Adrian Edwards.
"Essa estimativa já mudou", declarou à AFP um porta-voz de Ocha, Jens Laerke.
No terreno, enquanto os protagonistas estão determinados a lutar até o fim e os esforços para negociações fracassaram até o momento, a comunidade internacional ainda tenta realizar uma conferência de paz para pôr fim a este conflito que deixou mais de 115.000 mortos, explica o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
A maior parte dos refugiados está nos países vizinhos, que pedem incessantemente ajuda à comunidade internacional para dar assistência a todos.