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Mais 14 múmias emergem no deserto -- agora, já são 27

Sarcófagos, que em 2.500 anos nunca haviam sido abertos, foram encontrados em região que foi a preferida para sepultamentos no antigo Egito

Em 2.500 anos, os sarcófagos nunca haviam sido abertos (divulgação/Ministério das Antiguidades do Egito/Divulgação)

Em 2.500 anos, os sarcófagos nunca haviam sido abertos (divulgação/Ministério das Antiguidades do Egito/Divulgação)

CA

Carla Aranha

Publicado em 30 de setembro de 2020 às 09h54.

Última atualização em 3 de outubro de 2020 às 16h36.

A descoberta de sarcófagos no Egito, em uma região desértica, seguem a todo o vapor. No início do mês, os arqueológos encontraram 13 múmias empilhadas dentro de um poço, que estava seco. Agora, os especialistas descobriram outras 14 múmias, no mesmo poço, a 11 metros de profundidade.

Os especialistas alertam que as condições de trabalho são difíceis, mas agora a atividade não sofre interrupções. Com a pandemia, o local ficou vazio. Normalmente, Saqqara, onde as múmias foram encontradas, normalmente é repleta de turistas. A 32 quilômetros do Cairo, há dezenas de pirâmides no local, que foi a necrópole da antiga capital do Egito, Memphis.

Os 27 sarcófagos têm pelo menos 2.500 anos -- e nunca foram abertos, pelo menos não até agora. "Os estudos iniciais mostram que os sarcófagos estavam completamente fechados e não foram tocados desde seu sepultamento, há dois milênios e meio", disse Khaled al-Anani, ministro de Antiguidades do Egito.

A descoberta das múmias é uma das maiores já realizadas no mundo. É raro encontrar uma quantidade tão grande de artefatos arqueológicos quase intactos praticamente de uma só vez e em um mesmo local.

Os especialistas ressaltam que a pintura original dos sarcófagos foi preservada, o que é pouco comum. As múmias podem fornecer pistas importantes sobre a vida no antigo Egito, considerado um dos locais mais desenvolvidos da Antiguidade, e do cotidiano de seus habitantes.

Junto com as múmias, foram encontrados objetos ornamentais em ótimo estado de conservação. Os antigos egípcios acreditavam que animais de estimação, que muitas vezes também eram mumificados, e itens como joias e peças decorativas acompanhavam os mortos pela eternidade.

As equipes de especialistas têm conseguido trabalhar de um modo tranquilo, sem a presença de turistas, por causa das regras de isolamento social impostas pela pandemia, já que Saqqara só reabriu à visitação há pouco tempo. Mesmo assim, apenas alguns egípcios têm visitado o local, já que os turistas estrangeiros ainda não voltaram.

Por muito tempo, Saqqara foi a necrópole da antiga capital do Egito, Memphis. A pirâmide mais antiga do Egito, com mais de 4.700 anos, foi constrúida no local a pedido de um faraó. Pelo menos outras 16 pirâmides abrigam os restos mortais de reis do Egito em Saqqara.

Os arqueólogos procuram respostas sobre por que as múmias estavam dentro do poço. Outro mistério a ser desvendado é como os sarcófagos permaneceram 2.500 anos fechados, embora estivessem em um lugar turístico perto do Cairo.

Os estudo continuam. Com a descoberta de mais 14 múmias, o próprio ministro das Antiguidades decidiu participar dos trabalhos. De acordo com o ministério, os detalhes da descoberta deverão ser anunciados em breve.

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