Enchente em Franco da Rocha, em São Paulo: especialistas culpam a burocracia pela demora (Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 6 de setembro de 2011 às 12h43.
São Paulo - Quando fala sobre obras de combate a enchentes, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) costuma dizer que as intervenções devem ser feitas nos meses que se escrevem sem a letra "R", ou seja, entre maio e agosto, já que nesta época chove pouco. Até agora, porém, apenas um dos quatro projetos do pacote antienchente apresentado no início do ano começou a ser feito.
O governo do Estado começou o desassoreamento (retirada de sedimentos) dos Rios Tietê e Pinheiros em 26 de maio. Outras duas obras, um canal paralelo ao Tietê no Parque Ecológico e um piscinão no ABC paulista, estão atrasadas por causa de questionamentos de editais na Justiça. Os muros para evitar enchentes na Marginal do Tietê, quarta promessa, aguardam lançamento de licitação.
"O governo não fez o que prometeu. Quando fez, foi abaixo do desejado", diz o professor aposentado de hidráulica da USP Júlio Cerqueira Cesar Neto. "O problema burocrático, de editais, o poder público conhece antes de fazer a promessa."
Até o fim de agosto, os sedimentos removidos do Tietê, segundo o Departamento de Água e Energia Elétrica (Daee), correspondem a 11,5% do total de sujeira que precisa ser retirado até dezembro de 2012.
Em um cenário otimista, os diques que evitariam o transbordamento do Tietê perto das Pontes Aricanduva, Vila Maria, Vila Guilherme e Limão ficam prontos em março de 2013. Pela licitação que está sendo feita, a empresa escolhida terá 18 meses para executar o serviço, de R$ 75 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.