Trânsito em Tóquio após transportes serem paralisados por causa de terremoto (Koichi Saito/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 11 de março de 2011 às 12h07.
Tóquio - Tóquio, a maior metrópole do planeta, viveu nesta sexta-feira um momento de pânico com um terremoto de uma duração e intensidade que, segundo seus habitantes, incluindo os mais velhos, "nunca antes tinha sido testemunhado".
O metrô de Tóquio foi paralisado, os carros detidos nas estradas, os aeroportos foram fechados e os numerosos arranha-céus, que durante alguns segundos pareceram elásticos, foram evacuados entre sons das sirenes e chamadas à evacuação.
Os moradores encheram as calçadas da capital e, com telefone celular nas mãos, tratavam de conferir se os parentes e amigos estavam a salvo, apesar de nos primeiros momentos as linhas estivessem bloqueadas.
O terremoto, de 8,9 graus na escala Richter, atingiu Tóquio durante os primeiros segundos sem muito alarde, pois seus habitantes estão acostumados com tremores, mas à medida que o sismo se propagava de maneira incomum e sua intensidade aumentava o pânico dominou a cidade.
"No começo, não nos preocupamos muito", relatou à Agência Efe Tadashi Miharaku, um executivo de 65 anos, "mas ao ver que o tremor continuava e sua intensidade crescia, nos assustamos como nunca".
Logo após, as pessoas se refugiaram sob as mesas, enquanto a mobília caía e inclusive os vidros de alguns edifícios quebraram.
"Foi muito longo, todos nós nos escondemos assustados sob as mesas e pensamos no último terremoto da Nova Zelândia", comentou Kaeko Mori, de 26 anos, que presenciou em seu escritório como a tensão se disparava entre todos seus colegas.
Os moradores acreditam que o terremoto foi "o mais forte" que já viveram, tanto para quem estava nas ruas, como para quem se encontravam no trabalho.
"Meu escritório fica no sexto andar", prosseguiu Miharaku, "e enquanto procurava um lugar seguro, via como o resto dos arranha-céus se mexiam, especialmente a partir do segundo tremor, o mais intenso".
"Só me lembro de algo parecido só quando era criança", disse.
O sismo provocou 14 incêndios em edifícios da capital japonesa, enquanto nas estradas da cidade, segundo a agência local "Kyodo"
A metrópole japonesa está condicionada a suportar fortes terremotos sem que se produzam danos materiais e sua legislação proíbe por exemplo que os edifícios estejam em contato para evitar um efeito arraste durante os sismos.
Se registraram cortes de energia em pontos determinados da capital, embora se manteve a provisão de luz nas regiões mais movimentadas em horário de trabalho.
Os dois grandes aeroportos de Tóquio, Narita, o de maior tráfego internacional, e Haneda, com mais voos internos, abriram parte de suas pistas menos de duas horas depois do terremoto.
A sensação de cautela persiste entre os moradores, sobretudo pelas numerosas réplicas do sismo que se sentem com clareza na cidade, por isso que seguem com plena atenção às informações das televisões.
Enquanto no litoral de províncias como Miyagi e Iwate se mantém o alarme pelo tsunami causado pelo terremoto, Tóquio recupera pouco a pouco a normalidade.
Uma parte dos moradores aguarda e planeja uma forma de sair da cidade, perante o fechamento nas vésperas do fim de semana de suas principais estradas e a suspensão dos serviços ferroviários que ligam a capital com o resto do país.