Colônias israelenses: o presidente da ANP também pede que se garanta "uma solução à questão dos refugiados e dos prisioneiros" (Getty Images)
EFE
Publicado em 28 de dezembro de 2016 às 22h56.
Jerusalém - O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, está disposto a voltar à mesa de negociação com Israel, mas mantendo suas condições prévias, declarou nesta quarta-feira o secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat.
Abbas voltará a negociar com um calendário fixado e com base na lei internacional e nas decisões relevantes, inclusive a última resolução 2334 do Conselho de Segurança da ONU, se Israel parar toda a atividade nos assentamentos, inclusive em Jerusalém Oriental, e implementar os acordos assinados previamente, afirmou Erekat, segundo a agência de notícias estatal palestina "Wafa".
"Abbas escutou com grande interesse o discurso do secretário de Estado americano, John Kerry, no qual este ressaltou seu compromisso com uma paz justa como opção estratégica", declarou Erekat.
O presidente da ANP está convencido da possibilidade de alcançar "uma solução justa, completa e duradoura com base na iniciativa de paz árabe (...) se for garantido o fim completo da ocupação e o estabelecimento do Estado independente da Palestina nas fronteiras de 1967, com sua capital em Jerusalém Oriental, vivendo em paz e segurança ao lado de Israel", acrescentou.
Também pede que se garanta "uma solução à questão dos refugiados e dos prisioneiros" baseada no direito internacional e nas resoluções relevantes.
Além disso, Abbas continuará colaborando estreitamente com a França para garantir o êxito da conferência internacional que será realizada em Paris em meados de janeiro para tratar a paz na região.
Kerry pronunciou hoje um discurso no qual fixou os parâmetros que o governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, considera necessários para o fim do conflito.
Estes incluem a solução de dois Estados, com base nas fronteiras de 1967 com ajustes territoriais estipulados, com direitos completos para seus cidadãos e com Jerusalém como capital de ambos, uma solução ao problema dos refugiados, o fim da ocupação e a garantia das necessidades de segurança israelenses, com um Estado palestino desmilitarizado e o fim de todas as reivindicações de ambas partes.
Minutos depois do discurso, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, comentou que este foi "parcial" e "obsessivo" com as colônias judaicas em território palestino ocupado.