maduro, presidente venezuela (Marco Bello/Reuters)
AFP
Publicado em 12 de fevereiro de 2019 às 16h13.
Última atualização em 12 de fevereiro de 2019 às 16h16.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, assegurou que as reservas de ouro que seu país tem depositadas na Inglaterra chegam a 80 toneladas, e que acredita que as mesmas não serão confiscadas, segundo entrevista à BBC exibida nesta terça-feira.
"Na Inglaterra pode haver mais de 80 toneladas de um ouro legalmente venezuelano, pertencente ao Banco Central da Venezuela", disse Maduro, submetido a fortes pressões internacionais e de seus opositores.
Com sérios problemas de liquidez agravados pelo colapso da produção de petróleo e sanções americanas, o governo venezuelano vem tentando repatriar suas reservas internacionais de ouro em Londres há meses.
"Espero que a legalidade internacional e o Banco Central da Venezuela sejam respeitados. Espero que a justiça prevaleça e que a Venezuela não seja expropriada de algo que lhe pertence", afirmou o líder socialista.
O opositor Juan Guaidó pediu ao governo britânico para interceder junto ao Banco da Inglaterra para que não devolva a Maduro ouro e outros ativos que Caracas tem depositados.
Guaidó é reconhecido como presidente interino por cerca de 50 governos, incluindo pelo da primeira-ministra britânica Theresa May.
Maduro disse que a Venezuela precisa de seus recursos no exterior para aliviar a escassez de alimentos e medicamentos que, segundo ele, está sendo usada por Washington e pela oposição para dizer que em seu país há uma crise humanitária e, assim, justificar uma intervenção militar.
"Eles deveriam enviar um comboio com os dólares que roubaram de nós. Enviar um comboio com o ouro. É o nosso dinheiro. Então poderíamos resolver os problemas do nosso país", disse o governante.
De acordo com um relatório publicado pela Natixis, o país latino-americano tem atualmente no Banco da Inglaterra cerca de 31 toneladas de ouro no valor de 1,3 bilhão de dólares.
Maduro estima em 10 bilhões de dólares o dinheiro congelado pelos Estados Unidos em contas venezuelanas como resultado das sanções. Washington anunciou que entregará o controle desses recursos a Guaidó.