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Maduro vai designar embaixador venezuelano para os EUA

O líder acrescentou que seu governo pedirá a aceitação de um novo representante nos EUA para "fortalecer" a Embaixada venezuelana


	Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro: "os nossos problemas resolvemos nós mesmos, ninguém de fora vai vir até aqui para nos dizer", afirmou
 (Jorge Silva/Reuters)

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro: "os nossos problemas resolvemos nós mesmos, ninguém de fora vai vir até aqui para nos dizer", afirmou (Jorge Silva/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2014 às 06h44.

Caracas - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, rejeitou nesta segunda-feira as declarações dos Estados Unidos que pediram que ele dialogasse com o seu povo e não com a Casa Branca e afirmou, por outro lado, que anunciará quem será o novo embaixador de seu país em Washington amanhã.

"Vou dizer amanhã ao chanceler (venezuelano, Elías Jaua) que anuncie quem é o embaixador, eu já decidi quem vai ser, e que peça o consentimento dos EUA", disse Maduro durante o Conselho Federal de Governo após rejeitar as declarações do porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

Acrescentou que seu governo pedirá a aceitação de um novo representante nos EUA para "fortalecer" a Embaixada venezuelana "e a capacidade de diálogo com a sociedade americana" para que os cidadãos desse país saibam "a verdade sobre o que está acontecendo na Venezuela".

"Porque estão achando, de verdade, que estamos matando e estão pedindo intervenção militar dos Estados Unidos na Venezuela", reiterou Maduro.

Carney disse que Maduro "pede um diálogo" com o presidente dos EUA, Barack Obama, "e a troca de embaixadores", mas deveria "se concentrar em dialogar com o povo venezuelano".

O presidente venezuelano declarou que decidiu nomear um embaixador nos Estados Unidos "para ver o que acontece" e insistiu que quer um diálogo com Washington porque quer "paz, respeito, relações entre iguais" com o país americano.


"Eu convido à oposição que me acompanhe nisso, em um diálogo respeitoso para a paz com os Estados Unidos", disse o governante após pedir aos governadores opositores presentes no conselho que o apoiem nessa solicitação.

O presidente também lembrou as recentes declarações do secretário de Estado de EUA, John Kerry, sobre a Venezuela nas quais o funcionário americano qualificou como "inaceitável" o uso da força contra os manifestantes durante os protestos no país sul-americano.

"Muito amargo conosco foi John Kerry, se propôs a escrever um comunicado equivocado sobre a Venezuela. Eu não aceito que me deem ordens, não aceito que nenhum império me dê ordens, nem que se meta nos assuntos internos da Venezuela", disse Maduro.

O presidente venezuelano rejeitou, além disso, que o governo de Obama peça a libertação dos manifestantes detidos e assegurou que "não aceita isso vindo de nenhum país".

"Então Obama quer dizer quem governa aqui, quem decide, quem vai preso, quem não vai preso, isso não pode acontecer", insistiu.

Além disso, Maduro pediu que a oposição se una ao governo para fazer uma "declaração rejeitando qualquer intervencionismo dos Estados Unidos, e de qualquer outra potência, nos assuntos internos da Venezuela".


"Os nossos problemas resolvemos nós mesmos, ninguém de fora vai vir até aqui para nos dizer", afirmou e acrescentou que os venezuelanos são "rebeldes" e "valentes".

Venezuela e Estados Unidos mantêm suas relações diplomáticas em nível de encarregados de negócios desde o final de 2010, quando ficaram sem embaixadores.

No último ano, a Venezuela expulsou oito diplomatas americanos.

Além disso, durante o ano passado, o governo da Venezuela cancelou em diferentes ocasiões iniciativas para dialogar com os Estados Unidos como uma reação a comentários de funcionários desse país que foram considerados pelo governo de Maduro como uma intromissão em seus assuntos internos.

As reivindicações e pedidos de Venezuela e Estados Unidos ocorrem em um cenário de protestos contra o governo Maduro que completaram 13 dias nesta segunda-feira, com conflitos em manifestações que deixaram um saldo de 13 mortos e 150 feridos, de acordo com números oficiais. 

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