Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (Manaure Quintero/Reuters)
AFP
Publicado em 29 de novembro de 2020 às 21h48.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou neste domingo (29) que suspenderá o toque de recolher imposto nos municípios fronteiriços com o Brasil e a Colômbia pela pandemia, e que flexibilizará uma quarentena que vigorará no mês de dezembro.
Maduro aplica desde junho um esquema que chama de 7+7: sete dias de confinamento "radical", que obriga o fechamento de comércios - exceto supermercados, farmácias e outros estabelecimentos considerados essenciais - alternados com sede dias de "flexibilização", que permitem aberturas destes estabelecimentos.
"Última semana deste ano de 2020 de quarentena radical", disse o presidente em uma transmissão pela televisão. "A dinâmica de expansão das atividades comerciais e sociais e econômicas... Estamos no espírito do Natal".
"O 7+7 será retomado no mês de janeiro com força, disciplina e consciência", acrescentou. "Estamos em meio à pandemia e eu não quero fazer falsas promessas a ninguém", disse.
A Venezuela celebra no próximo domingo eleições legislativas e nos últimos dias os candidatos organizaram comícios multitudinários nos quais o distanciamento social foi inexistente e muitos presentes não usaram as máscaras obrigatórias.
"Mesmo com campanha eleitoral e aumento da circulação de pessoas nas ruas, na semana de flexibilização, o método 7+7 cumpriu o objetivo", comemorou Maduro, lendo um relatório oficial.
Maduro informou, ainda, que a partir da segunda-feira suspenderá o toque de recolher nos municípios fronteiriços com o Brasil e a Colômbia que não estavam no programa 7+7 por concentrar boa quantidade de casos ativos de covid-19.
"Mantemos a vigilância epidemiológica, as medidas de segurança, a prevenção e a atenção. Mantemos os braços abertos a todos os migrantes que estão chegando, mantemos as medidas preventivas de saúde, de detecção, de quarentena para quem chegar... O único que permite toda essa atividade social", disse Maduro.
Nas últimas 24 horas, a Venezuela reportou 280 novos casos com dois mortos, segundo cifras oficiais questionadas pela oposição e ONGs especializadas.