Venezuela: o país recebe doses de vacina das aliadas Rússia e China (Miraflores Palaca/Reuters)
Reuters
Publicado em 29 de março de 2021 às 13h20.
Última atualização em 29 de março de 2021 às 14h40.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, propôs no domingo pagar vacinas contra o novo coronavírus com petróleo, mas deu poucos detalhes de como tal esquema funcionaria.
As exportações de petróleo cru do país-membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) em crise estão em seu menor nível em décadas desde que Washington impôs sanções à estatal petroleira PDVSA em 2019, cortando as vendas do produto aos Estados Unidos e dissuadindo muitos outros clientes de comprar o petróleo venezuelano.
Maduro disse que a Venezuela está trabalhando para pagar vacinas do mecanismo Covax da Organização Mundial da Saúde (OMS) — que fornece acesso a vacina para países pobres — tanto através de fundos venezuelanos congelados em contas do exterior devido a sanções quanto através de carregamentos de petróleo.
"A Venezuela tem os navios petroleiros e tem os clientes que comprarão nosso petróleo", disse Maduro em um pronunciamento televisionado. "Estamos prontos e preparados para [trocar] petróleo por vacinas, mas não imploraremos a ninguém."
A Venezuela recebe doses de vacina das aliadas Rússia e China. O governo e a oposição estavam conversando com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) sobre o acesso do país a vacinas por meio do Covax, mas na semana passada Caracas disse que não aceitaria a vacina da AstraZeneca, uma das principais distribuídas pelo esquema na América Latina.