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Maduro pede união para enfrentar emergência econômica

O presidente da Venezuela pediu "união nacional" e um "diálogo construtivo" com a oposição para enfrentar a emergência econômica do país


	O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro: "convoco a todos para um diálogo construtivo, para a ação, para a construção de uma nova economia"
 (REUTERS/Jorge Dan Lopez)

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro: "convoco a todos para um diálogo construtivo, para a ação, para a construção de uma nova economia" (REUTERS/Jorge Dan Lopez)

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Da Redação

Publicado em 16 de janeiro de 2016 às 07h55.

Caracas - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu "união nacional" nesta sexta-feira e um "diálogo construtivo" com a oposição para enfrentar a emergência econômica do país e dar o salto de uma economia rentista, "esgotada, em fase terminal", para outra que gere riquezas.

"Convoco a todos para um diálogo construtivo, para a ação, para a construção de uma nova economia, para desativar qualquer mecanismo vinculado à especulação da moeda, dos preços, para que o capitalismo selvagem não continue tragando nossa moeda", afirmou Maduro em seu discurso anual no parlamento, que conta com maioria opositora pela primeira vez em 17 anos.

O presidente disse que "ninguém deve pensar que as soluções correspondem a um único setor ou a uma só autoridade" e comentou que a solução para os problemas econômicos do país requer "um processo sustentado de encontro, que corresponde a todos".

"Temos que passar de uma economia rentista para uma produtiva, temos que superar o modelo econômico ultradependente do setor petroleiro, chegou a hora de diminuirmos toda essa dependência, todo esse atraso", frisou Maduro.

O presidente venezuelano destacou que o país assiste à "queda mais severa" dos preços mundiais do petróleo e ressaltou que essa transformação da economia venezuelana é urgente e precisa da participação de todos os setores.

"Ou fazemos isso agora ou não haverá opções de verdade para o prejuízo estrutural que nossa nação pode sofrer", opinou o chefe de Estado.

Maduro ressaltou que o modelo venezuelano "não é um modelo de estatismo e nem será" por isso necessita da participação de todos, desde as pequenas empresas até as grandes indústrias.

"Até agora, nosso país não conseguiu concertar tudo com a eficiência que desejamos, as alianças e os acordos produtivos com as pequenas e médias empresas e as grandes indústrias nas mãos do setor privado", admitiu o presidente.

Para Maduro, "o setor capitalista se declarou em greve de investimento" e de "cooperação com as leis e com suas obrigações nos sistema de distribuição e de fixação de preços da economia".

"Estamos obrigados a dar um salto de uma economia rentista, esgotada, em fase terminal, para uma economia geradora de riquezas", insistiu o chefe de Estado venezuelano.

Além disso, Maduro garantiu que as carências dessa "economia rentista decadente" se "aprofundaram como um mal pelos golpes da guerra econômica", à qual afirmou que seu governo "não foi capaz de conter".

"O povo quer um Estado forte, motor da produção, que ponha limites à especulação e ao aumento desmedido dos preços. O povo não rejeita o que fizemos, exige o que não fizemos, não entende como não conseguimos conter a guerra econômica", disse o presidente.

Maduro entregou ao presidente da Assembleia Nacional, Henry Ramos Allup, o decreto sobre o "estado de emergência econômica", publicado hoje no diário oficial do país, e pediu ao parlamento seu apoio para a convalidação do mesmo, que deve ser aprovado antes de oito dias. 

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