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Maduro pede cúpula para restabelecer diálogo na América Latina

Pedido veio após um grupo de países da região, incluindo o Brasil, pedir a destituição da Assembleia Constituinte da Venezuela

Nicolás Maduro: "não vejo razões para que ninguém se negue a uma cúpula de portas fechadas, já que todos estão falando da Venezuela" (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Nicolás Maduro: "não vejo razões para que ninguém se negue a uma cúpula de portas fechadas, já que todos estão falando da Venezuela" (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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EFE

Publicado em 11 de agosto de 2017 às 09h09.

Caracas - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu nesta quinta-feira a convocação urgente de uma cúpula com os líderes da América Latina para restituir o diálogo, considerado por ele "quebrado" na região após as críticas ao seu governo, declarações que chamou de "intervencionismo grosseiro".

"Peço que se convoque com urgência uma cúpula de chefes de Estado e governo da América Latina e o Caribe para atender à denúncia da Venezuela diante do intervencionismo grosseiro, para restituir as relações de diálogo", disse Maduro durante um discurso especial na Assembleia Nacional Constituinte.

"Não vejo razões para que ninguém se negue a uma cúpula de portas fechadas, já que todos estão falando da Venezuela. Se tivermos que ficar dois dias trancados, falando cara a cara, que façamos isso e busquemos recompor as relações da América Latina", acrescentou.

Maduro, no entanto, lançou "desafios" especiais aos presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos, do México, Enrique Peña Nieto, do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, e da Argentina, Mauricio Macri, que criticaram o governo da Venezuela pela repressão aos protestos que abalam o país desde abril.

"Desafio o presidente Santos publicamente. Peço ao presidente americano do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, ao senhor Macri e ao presidente do México que aprovem uma reunião imediata dos presidentes da América Latina e nos encontremos cara a cara", disse.

As declarações de Maduro ocorrem depois das sanções econômicas americanas contra o próprio presidente venezuelano e mais de 20 representantes de seu governo. Eles são acusados pelo Departamento do Tesouro dos EUA de violar os direitos humanos e minar a democracia no país.

Essas sanções, que Maduro considerou como sem fundamento jurídico no discurso de hoje, foram celebradas por vários países latino-americanos, que anunciaram que estão estudando adotar medidas similares contra a o governo da Venezuela.

Maduro indicou que seu governo está "ameaçado" com um bloqueio militar e financeiro porque assim foi "declarado" em Lima.

A afirmação foi uma referência a uma reunião realizada nesta semana na capital peruana, na qual um grupo de países da região, incluindo o Brasil, pediu a destituição da Assembleia Constituinte da Venezuela.

O presidente venezuelano, no entanto, disse que seu país tem a capacidade de enfrentar essa ameaça e continuar no "caminho de desenvolvimento".

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