Venezuela: mais de 40 países reconhecem o líder da oposição, Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela (Miraflores Palace/Reuters)
Reuters
Publicado em 11 de fevereiro de 2019 às 12h31.
Última atualização em 11 de fevereiro de 2019 às 12h37.
Moscou/Londres — O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, buscou apoio da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) contra sanções impostas à indústria do petróleo do país pelos Estados Unidos, citando os impactos que elas têm sobre os preços da commodity e riscos potenciais para outros membros do grupo.
Mas uma fonte familiarizada com a situação disse que a Opep, da qual a Venezuela é uma das fundadoras, se recusou a fazer qualquer comunicado formal. A Opep disse que está preocupada com petróleo, não com política.
Mais de 40 países, incluindo os EUA, potências europeias e a maioria da América Latina reconheceram o líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, como chefe de Estado legítimo da Venezuela, após eleições contestadas no ano passado.
O pedido de Maduro foi feito em uma carta ao secretário-geral da Opep, Mohammad Barkindo, datada de 29 de janeiro, a qual a Reuters teve acesso.
"Nosso país espera receber a solidariedade e apoio total dos países-membros da Opep e de sua conferência ministerial na luta que travamos atualmente contra a intrusão ilegal e arbitrária dos Estados Unidos nos assuntos internos da Venezuela", escreveu Maduro.
"(Busco) seu firme apoio e colaboração para, conjuntamente, denunciar e enfrentar essa despossessão desavergonhada... de ativos importantes dos membros da Opep", afirma a carta.
Ele escreveu que a Opep deve ajudar a determinar potenciais soluções baseadas "no impacto que esta ação tem no mercado global de energia, e o risco que representa para outros países... desta organização".
A Opep tende a evitar disputas políticas envolvendo membros individuais. No ano passado recusou um pedido do Irã por uma discussão sobre sanções impostas pelos EUA durante uma reunião.
A Venezuela, que já foi um dos três principais produtores da Opep, tem registrado uma produção em declínio por anos após o colapso da economia do país.
Ao lado da Líbia e do Irã, o país foi excluído do mais recente corte de fornecimento promovido pela Opep.