Nicolás Maduro: expectativa é que seja tratada nas reuniões técnicas a negociação para um acordo de livre-comércio com a União Europeia (Miraflores Palace/Handout via Reuters)
Da Redação
Publicado em 15 de dezembro de 2015 às 11h31.
Assunção - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, é o único chefe de Estado membro do Mercosul, que não confirmou presença na Cúpula do bloco, que será realizada no próximo domingo em Assunção, quando o Paraguai passará a presidência temporária ao Uruguai, informou a Chancelaria à Agência Efe.
Até agora, está confirmada a presença da presidente, Dilma Rousseff; do presidente uruguaio, Tabaré Vázquez; do presidente da Argentina, Mauricio Macri; e de Evo Morales, presidente da Bolívia, país em processo de adesão ao bloco, explicou à Efe o coordenador da Cúpula no Paraguai, Enrique Ramírez.
Outra presença confirmada é Michelle Bachelet, presidente do Chile, Estado associado ao Mercosul. Rafael Correa, presidente do Equador, também Estado associado, não confirmou a viagem à capital paraguaia.
Juan Manuel Santos, presidente da Colômbia anunciou que não participará da Cúpula, já que geralmente seu país, também Estado associado, o faz em nível ministerial, disse Ramírez.
A Cúpula, que será realizada em um Centro de Convenções do Grande Assunção, será precedida de uma série de reuniões técnicas que começarão na quinta-feira e durarão até sábado, com a Reunião Extraordinária do Grupo Mercado Comum, o órgão executivo do Mercosul.
A reunião de chefes de Estado e de governo coincidirá com uma greve geral convocada para a segunda-feira, 21, e a terça-feira, 22, pelas principais centrais sindicais paraguaias.
No domingo começará a Reunião Ordinária do Conselho do Mercado Comum, o órgão superior do bloco, com os ministros de Relações Exteriores e de Economia e Fazenda dos países-membros.
Por último, na segunda-feira acontece a Cúpula de Chefes de Estado, quando será assinada uma declaração e a presidência temporária será repassada ao Uruguai.
A Cúpula de Assunção ocupou as manchetes semanas antes de acontecer, depois de Macri afirmar, em sua primeira entrevista como presidente eleito da Argentina, que pediria a aplicação da cláusula democrática do Mercosul contra a Venezuela pela "perseguição aos opositores e à liberdade de expressão" que, segundo ele, acontece no país.
Depois, e após as eleições legislativas da Venezuela no começo de dezembro, vencidas pela oposição, o governo de Macri disse que não pediria a aplicação da cláusula.
A expectativa é que seja tratada nas reuniões técnicas a negociação para um acordo de livre-comércio com a União Europeia.
Os blocos já haviam concordado em trocar suas ofertas antes do final do ano, mas ainda não definiram uma data para isso.