EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 27 de março de 2013 às 06h36.
Caracas - O presidente interino da Venezuela e candidato chavista nas eleições de 14 de abril, Nicolás Maduro, acusou nesta terça-feira a oposição e o líder dela, Henrique Capriles, de serem os causadores dos problemas do país, ao que o aspirante antichavista respondeu com reprovações similares, em uma troca de palavras na qual não faltaram insultos.
A 19 dias das eleições que escolherão o presidente que finalizará o mandato do falecido Hugo Chávez, governando até 2019, os dois candidatos mantêm uma intensa pré-campanha e contam com a permissividade das autoridades eleitorais.
Maduro liderou um ato do Governo no qual anunciou ações destinadas a quem especular com o preço do dólar paralelo, e acusou Capriles de ser o "fariseu" dessas distorções da economia.
O país vive desde 2003 sob o controle do câmbio, que limita o acesso às divisas e acabou criando um mercado paralelo que pode até triplicar a taxa oficial de 6,30 bolívares por dólar.
Mais tarde, ao destinar créditos para comunidades do estado de Miranda, onde Capriles é governador, Maduro acusou seu rival de "abandonar" a região, além de chamá-lo de "obsessivo" e "rapaz bobo".
Maduro insistiu que é "filho de Chávez", o "comandante supremo" e "presidente eterno", e no final do dia liderou uma atividade para comemorar os 19 anos do dia em que o líder bolivariano saiu da prisão pela tentativa de golpe de Estado contra o então presidente, Carlos Andrés Pérez (1989-1993).
Capriles, que esteve nos estados de Trujillo e Zulia, disse a seus seguidores que sua eventual chegada ao Governo é "garantia de melhora" e pediu a eles que não acreditem nas mentiras do seu adversário, pois nunca eliminará os programas sociais de Chávez, chamados "missões".
Repetiu, como em outros discursos, que "Nicolás é um mentiroso" e um "tolo".
"Resta a ele a guerra suja. Ele anda dizendo que o lobo está vindo, mas o lobo é que está governando", insistiu.
A oposição também avaliou as chances de vitória de Capriles. O chefe da campanha opositora, Henri Falcon, indicou que há "chances reais" de ganhar graças à abstenção prevista pela ausência de Chávez como candidato.
Já o diretor nacional da campanha da oposição, Carlos Ocariz, insistiu que a vitória é possível, apesar de "toda a imensa desvantagem e o abuso de poder", com as milionárias receitas advindas do petróleo, poderes públicos politizados e a construção do "mito de Chávez".