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Maduro diz que seu filho participará de testes da vacina russa

Um lote de vacinas Sputnik V chegou à Venezuela na sexta-feira, anunciou o governo; 2.000 venezuelanos vão participar dos testes

Em discurso, Maduro disse que espera que a doença faça Trump ser "mais humano" (Manaure Quintero/Reuters)

Em discurso, Maduro disse que espera que a doença faça Trump ser "mais humano" (Manaure Quintero/Reuters)

Isabela Rovaroto

Isabela Rovaroto

Publicado em 5 de outubro de 2020 às 06h53.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse neste domingo (4) que seu filho participará dos testes clínicos previstos no país caribenho da vacina russa contra o novo coronavírus, a Sputnik V. 

"Nesta fase clínica de testes, meu filho, Nicolás Ernesto Maduro Guerra, me informou a decisão de se vacinar com a vacina russa, de se incorporar à prova. Acho muito bom", expressou o chefe de Estado socialista durante um programa transmitido pela TV estatal VTV. A irmã do presidente também será voluntária nos testes.

Maduro Guerra, de 30 anos, é político e integra, assim como seu pai, o governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).

Um primeiro lote de vacinas Sputnik V chegou à Venezuela na sexta-feira, anunciou o governo, que tem prevista a participação de 2.000 venezuelanos nos testes.

A Rússia se tornou em 11 de agosto no primeiro país a aprovar uma vacina contra a covid-19, batizada Sputnik V em homenagem ao primeiro satélite lançado no espaço, em 1957, mas o anúncio foi recebido com desconfiança. Atualmente, desenvolve a fase 3 dos testes (etapa de testes em humanos), na qual, segundo Moscou mais de 40.000 voluntários são vacinados.

Já em agosto, o governo Maduro tinha anunciado que a Venezuela se integraria a esta fase.

"Quando estiver encerrada toda a fase científica, clínica, de testes, virá a vacinação voluntária (...) Assim que começarmos a vacinação em massa (...), eu serei o primeiro a tomá-la", afirmou Maduro.

A Rússia é um dos principais aliados de Maduro frente à pressão internacional liderada pelos Estados Unidos, que querem retirá-lo do poder por considerar fraudulenta sua eleição. Washington apoia o líder parlamentar opositor Juan Guaidó, reconhecido como presidente encarregado da Venezuela por meia centena de países.

"Usam nosso povo como cobaias", criticou Guaidó, ao comentar a decisão de incluir a Venezuela nos testes com a vacina russa.

Segundo cifras oficiais, contestadas pela oposição e organizações como a Human Rights Watch, até este sábado a pandemia de covid-19 havia provocado no país de 30 milhões de habitantes 77.646 contágios confirmados e 649 mortes.

Trump "mais humano"

Maduro disse em um discurso televisionado no país neste domingo, 4, que deseja uma rápida recuperação ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, internado com covid-19. Maduro disse ainda que espera que a doença faça Trump ser "mais humano".

"Expressamos nossa solidariedade humana com Trump e queremos que ele recupere sua saúde e vida. Esperançosamente, tudo isso o levará a ser mais reflexivo, mais humano (...) para compreender os povos do mundo", disse o presidente venezuelano.

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