Nicolás Maduro: o plano contaria com a cumplicidade de Julio Borges, presidente do Parlamento venezuelano (Miraflores Palace/Handout/Reuters)
AFP
Publicado em 21 de setembro de 2017 às 11h24.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou nesta quarta-feira que a Casa Branca deu uma "ordem" para assassiná-lo, um dia após acusar o colega americano, Donald Trump, de ameaçá-lo de morte.
"Sei o que estou dizendo. Deram a ordem para assassinar o presidente da República Bolivariana da Venezuela e a ordem vem do Salão Oval", disse Maduro em declarações à estatal VTV.
O líder venezuelano afirmou que está em andamento um plano orquestrado por Washington para atentar contra sua vida, que contaria com a cumplicidade de Julio Borges, presidente do Parlamento venezuelano, dominado pela oposição.
"Você será responsabilizado, Julio Borges, por qualquer ato de violência que aconteça contra a República e contra a minha vida ordenado pela presidência de Donald Trump", declarou Maduro.
O presidente acusou Borges de ter realizado várias viagens ao exterior em busca de apoio e de "preparar as condições para uma invasão gringa, um golpe de Estado ou o assassinato do presidente".
Na terça-feira, Maduro acusou Trump de tê-lo ameaçado de morte durante o discurso proferido na Assembleia Geral das Nações Unidas.
"Donald Trump hoje ameaçou de morte o presidente da República Bolivariana da Venezuela", disse Maduro para centenas de partidários após uma "passeata anti-imperialista" em Caracas. "A agressão do novo Hitler da política internacional, do senhor Donald Trump, contra o povo da Venezuela, a supremacia racial, imperial, hoje se manifestou".
Ao discursar na Assembleia Geral, Trump definiu o governo Maduro como uma ditadura socialista "inaceitável", e garantiu que ajudará os venezuelanos a restaurar a democracia.
"Não podemos ficar à margem e apenas observar", disse Trump, que já impôs sanções financeiras à Venezuela e a Maduro, e não descarta uma "opção militar" diante da grave crise política e econômica venezuelana.