Nicolás Maduro: a oposição, por sua vez, disse que protestará pacificamente contra sentença do Tribunal Supremo de Justiça. (REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)
Da Redação
Publicado em 15 de janeiro de 2013 às 15h09.
Caracas - O vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou nesta terça-feira a existência de um suposto plano para "incendiar" o país e pediu aos dirigentes da oposição que condenem a violência e às autoridades que atuem contra os responsáveis.
"Não estamos inventando nada, temos informação de um plano que já no fim de semana passado começou a ser executado em San Cristóbal, capital do estado de Táchira, na fronteira com a Colômbia", informou Maduro.
"Temos informação que são planejados mais atos violentos que vamos divulgar pouco a pouco. Nós pedimos aos dirigentes opositores que, com responsabilidade, condenem de onde vem a violência e os violentos", acrescentou.
Estes opositores buscam, insistiu Maduro, "celebrar a morte e, através dessa morte, incendiar o país".
Maduro pediu durante uma sessão do Conselho Federal de Governo, que reúne os governadores eleitos em cada um dos 23 estados do país, que a Procuradoria atue contra o dirigente opositor Leopoldo López, a quem o governador de Táchira, José Vielma, identificou como "articulador" do suposto plano.
López é ex-prefeito de Caracas e aliado do líder opositor Henrique Capriles, governador de Miranda e ex-candidato presidencial, que esteve presente na sessão do Conselho Federal.
O governador do Táchira denunciou incidentes protagonizados na sexta-feira por supostos estudantes "infiltrados por paramilitares".
Nesse mesmo dia a aliança de oposição emitiu um comunicado no qual expressou sua "mais profunda rejeição às agressões" a estudantes.
O vice-reitor da Universidade de Los Andes (ULA), Omar Pérez, assegurou que "pelo menos 11 estudantes" foram feridos por balas de chumbo disparadas pela Guarda Nacional.
O governador de Táchira detalhou hoje perante Maduro e seus colegas que os infiltrados no protesto estudantil levavam armamento de grosso calibre, entre eles "morteiros e lança-foguetes" e que faziam parte de "uma equipe coordenada" por dirigentes opositores regionais e alguns professores das universidades da região.
A oposição, por sua vez, disse que protestará pacificamente contra a sentença do Tribunal Supremo de Justiça que aprovou a possibilidade de Chávez, internado em Cuba há mais de um mês, assumir a presidência quando se recuperar e que o Governo siga liderado por Maduro apesar de seu mandato ter terminado no último dia 10 de janeiro.
Porta-vozes opositores assinalaram que convocarão assembléias para debater a sentença do Supremo e anunciaram uma passeata para 23 de janeiro, dia no qual o chavismo também se manifestará.