O presidente venezuelano Nicolás Maduro: "É hora de nos unirmos" (Miraflores Palace/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 6 de agosto de 2017 às 14h53.
São Paulo - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, defendeu a permanência do país no Mercosul e criticou a posição de diversos líderes na América Latina, que estariam lutando contra governos populares. A crítica foi feita principalmente para os presidentes da Argentina, Mauricio Macri, e do Brasil, Michel Temer.
"Ninguém vai nos tirar Mercosul e adotar medidas ilegais como as que estão sendo tomadas", disse ele à Radio Rebeld, emissora argentina. A entrevista, entretanto, foi gravada antes do bloco anunciar sua decisão de expulsar o país.
Na avaliação de Maduro, é uma injustiça o que fazem com o país, na medida em que a Venezuela estaria contribuindo mais com o bloco do que os próprio fundadores. "Não é hora de expulsar um membro. É hora de nos unirmos", disse.
O Mercosul decidiu ontem (5) suspender a Venezuela do bloco por rompimento da ordem democrática, após a escalada da crise no país e a instalação da Constituinte, convocada pelo presidente Nicolás Maduro. A decisão foi anunciada durante reunião dos chanceleres de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, em São Paulo.
Sobre Temer, Maduro acusou o presidente brasileiro de participar de um golpe para chegar ao poder. Além disso, Maduro destacou a baixa popularidade de Temer nas pesquisas de satisfação com o governo.
A maior desavença aparenta ser com o presidente argentino, que tem feito duras críticas ao governo de Maduro e, inclusive, pediu a retirada do país do Mercosul. "É uma obsessão que o Macri tem com a Venezuela. Quem dera ele tivesse essa obsessão para gerar empregos na Argentina".
O líder venezuelano voltou a se defender da oposição, que ele diz estar apenas buscando levar a Venezuela ao caos.