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Da Redação
Publicado em 5 de abril de 2013 às 17h22.
Caracas - O presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, autorizou a criação de um centro de pesquisa e desenvolvimento em ciências militares, um "sonho" do líder Hugo Chávez, cuja morte completa um mês nesta sexta-feira.
Em um ato em Caracas com os comandantes de unidades da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), o presidente interino e candidato às eleições de 14 de abril assinou "a autorização para a criação da Fundação do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Ciências e Artes militares, um sonho do nosso comandante supremo".
"Nós temos que ter nossa indústria militar no mais alto nível", afirmou Maduro sob aplausos dos presentes.
"Temos inteligência, formação e recursos, não é? Por que a Venezuela não pode fazer em uma década um avião, nosso, de carga militar, ou um helicóptero? Por que? Quem diz que não?", questionou.
Maduro destacou "a importância histórica" da criação deste centro, que pertencerá à FANB e será subordinado ao Ministério da Defesa através da Universidade Militar Bolivariana para que "seja parte do sistema científico e educativo".
"Nós não estamos armando uma força armada com os melhores equipamentos do mundo para nunca agredir ninguém, mas tampouco vamos nos deixar agredir, nem ameaçar por ninguém", assegurou Maduro, que como presidente encarregado também é comandante em chefe das FANB.
"A Venezuela é de respeito respeita e os senhores são os encarregados de que isto se cumpra", acrescentou, dirigindo-se aos militares.
O presidente interino, sem voz por causa de uma gripe, dedicou boa parte de seu discurso a lembrar seu mentor, falecido em 5 de março após quase dois anos de luta contra o câncer.
"Hoje é um dia delicado para todos porque precisamente faz um mês de sua partida física, que esteve marcado por sentimentos que vão afetando a alma. Tem sido dias de inteiros de reflexão", afirmou Maduro.
Mais tarde, Maduro tinha previsto atos de campanha em Maracay, a cidade dos quarteis e no "Quartel da Montanha", o antigo quartel de onde Chávez, quando era tenente-coronel, liderou um fracassado golpe de Estado em 1992 e no qual foi sepultado na sexta-feira, 15 de março.