Segundo Maduro, os medicamentos chegam à Venezuela enviados por Putin todas as semanas, de maneira permanente (Yuri Kadobnov/Reuters)
EFE
Publicado em 21 de fevereiro de 2019 às 22h00.
Caracas - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quinta-feira a chegada de 7,5 milhões de toneladas de remédios comprados da Rússia ao país, uma resposta à pressão da oposição para que ele permita a entrada de mantimentos doados por vários países.
No entanto, esses medicamentos só atenderiam três hospitais.
"Tenho que agradecer ao presidente Vladimir Putin por essa firmeza no momento de trazer esses remédios. Eles estão chegando à Venezuela, todas as semanas, de maneira permanente", afirmou Maduro em um evento com diretores de hospitais venezuelanos.
"São 108.428 unidades de remédios, material cirúrgico e equipamentos, que totalizam 7,5 toneladas. Isso servirá para fortalecer o atendimento de emergência de três hospitais situados em Caracas e no estado de Bolívar", continuou o líder chavista.
No discurso, Maduro afirmou que o governo chavista pagou pela assistência humanitária que está sendo enviada pela Rússia ao país e que os venezuelanos não são mendigos para aceitar doações dos outros, uma referência aos mantimentos que estão parados na fronteira, disponibilizados por Estados Unidos, Colômbia e Brasil.
O anúncio de Maduro ocorre enquanto uma caravana de deputados da oposição segue para a fronteira da Colômbia para coordenar a entrada de mantimentos doados por diferentes países. A ajuda está armazenada em Cúcuta, mas um bloqueio militar ordenado pelo presidente venezuelano impede a entrada dos produtos.
O chefe da Assembleia Nacional da Venezuela, o opositor Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino do país, já está na fronteira, segundo deputados ouvidos pela Agência Efe. Ele garante que a ajuda entrará no país no sábado.
Mais cedo, a oposição divulgou os resultados da Pesquisa Nacional de Hospitais. Foram registradas 1.557 mortes de pacientes por falta de material médico. Além disso, outras 79 pessoas morreram por causa dos blecautes constantes ocorridos no país desde o início da crise.