Nicolás Maduro: o presidente também exigiu que se "investigue e castigue o chamado golpe de Estado" (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
AFP
Publicado em 12 de maio de 2017 às 09h23.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, advertiu nesta quinta-feira os opositores que protestam contra seu governo que serão julgados por cortes marciais se atacarem instalações militares.
Maduro destacou que vários manifestantes já foram detidos e serão julgados pela Justiça militar após causarem danos à base aérea La Carlota, no leste de Caracas.
"Se forem capturados atacando uma base militar irão para a Justiça militar. Qualquer um que for capturado atacando bases militares irá para onde deve ir: a Justiça", disse Maduro em um ato público no qual voltou a denunciar os protestos da oposição, que já deixaram 38 mortos desde 1º de abril.
No dia 1º de maio passado, um grupo de manifestantes opositores entrou em La Carlota, após romper uma barreira de proteção, durante um protesto contra Maduro.
Segundo a ONG de direitos humanos Fórum Penal, 118 pessoas foram levadas a cortes marciais no estado de Carabobo e outras 19 em Falcón, no noroeste do país, e 73 permanecem detidas por "rebelião".
Estas pessoas foram detidas durante manifestações contra o governo e saques ocorridos na semana passada.
Maduro revelou ainda ter determinado a sanção de militares e policiais envolvidos em abusos contra civis, após as denúncias de agressões por parte das forças da ordem nos protestos em Caracas.
"Ordenei uma investigação e o castigo de qualquer funcionário que abuse da força física contra qualquer cidadão. Não vou tolerar isto".
Mas o presidente também exigiu que se "investigue e castigue o chamado golpe de Estado, a queima de escolas e a agressão permanente à Guarda Nacional e à Polícia".
Maduro lamentou a morte de um jovem de 27 anos nas manifestações de quarta-feira em Caracas, mas destacou que a bala que o vitimou não é do calibre utilizado pelas forças de segurança.
O presidente garantiu que o "golpe de Estado" será derrotado com a instalação de uma Assembleia Constituinte "popular" para reformar a Carta Magna de 1999.
"Nada nem ninguém vai deter" o processo para a Constituinte.