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Maduro afirma que Trump não pode ser "pior" que Obama

O presidente venezuelano salientou que é preciso esperar para ver o comportamento de Trump "tanto na política interna dos EUA como na internacional"

Maduro: "Não nos antecipemos aos fatos, nesse sentido eu quero ser prudente e dizer: Esperemos, pior que Obama não será" (Oswaldo Rivas/Reuters)

Maduro: "Não nos antecipemos aos fatos, nesse sentido eu quero ser prudente e dizer: Esperemos, pior que Obama não será" (Oswaldo Rivas/Reuters)

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EFE

Publicado em 16 de janeiro de 2017 às 22h54.

Caracas - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta segunda-feira que "é preciso esperar" para ver como Donald Trump se sai na presidência dos Estados Unidos e, após assinalar que houve uma "campanha de ódio" contra o magnata, acrescentou que não será "pior" que Barack Obama.

"É preciso esperar. Sobre o presidente Donald Trump os grandes veículos de comunicação internacionais especularam muito e nos surpreende a campanha de ódio que há contra Donald Trump, brutal, no mundo inteiro, no mundo ocidental e nos Estados Unidos", afirmou Maduro a jornalistas no palácio presidencial de Miraflores.

"Não nos antecipemos aos fatos, nesse sentido eu quero ser prudente e dizer: Esperemos, pior que Obama não será", acrescentou.

O presidente venezuelano salientou que é preciso esperar para ver o comportamento de Trump "tanto na política interna dos Estados Unidos como na política internacional", ao mesmo tempo em que "ratificou" que quer ter "relações de respeito, comunicação e cooperação" com Washington.

"Esperemos, vêm grandes mudanças na política mundial (...) Será o que chamam 'a era Trump', eu acredito que as mudanças da geopolítica mundial vão estar marcadas pela pluripolaridade e pelo multicentrismo. A época do mundo unipolar acabou e a Venezuela está na onda de essas mudanças", completou.

Além disso, Maduro disse que Obama deixa um legado "de guerras" na África e na Ásia, "deixa o mundo infestado de terrorismo, e na América Latina será lembrado por três golpes de Estado", em alusão ao afastamento dos presidentes de Honduras, Manuel Zelaya em 2009, de Fernando Lugo no Paraguai em 2012, e de Dilma Rousseff no Brasil em 2016.

Também atribuiu a Obama "tentativas de golpes contra Evo (Morales, da Bolívia), as campanhas de cerco contra a Nicarágua, as tentativas de golpe e de magnicídio contra Rafael Correa no Equador e tudo o que fez ao povo venezuelano, a guerra econômica, o bloqueio financeiro".

Nesse sentido, indicou que "a única coisa que podia reconhecer" de Obama como algo positivo é "o que tentou fazer com Cuba" ao "tentar aligeirar os mecanismos do bloqueio", embora tenha ressaltando que acredita "faz isso porque acha que é a via pela qual podem reconquistar Cuba e recolonizá-la".

Ontem Maduro fez um apelo pela formação de "um grande movimento nacional de rejeição e repúdio" contra a ordem executiva de Obama que prorrogou na sexta-feira passada, por mais um ano, a "emergência nacional" sobre o país caribenho.

Maduro afirmou que a decisão do presidente em fim de mandato dos EUA de renovar "a brutal ordem executiva" na qual "declara a Venezuela uma ameaça incomum e extraordinária" é uma "expressão de ódio lamentável".

Obama ordenou a continuidade de um ano da "emergência nacional" declarada em 2015 sobre a Venezuela, onde, segundo indicou, "a situação não melhorou" e "o governo continua enfraquecendo as garantias dos direitos humanos".

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