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Maduro admite que poderá decretar estado de exceção

Segundo o líder venezuelano, o objetivo é conter o que chama de "plano de conspiração contra a estabilidade”


	Opositores são atingidos por jato d'água lançado pela polícia durante protesto contra Nicolas Maduro, em Caracas, na Venezuela: o governo atribui a violência aos infiltrados
 (REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)

Opositores são atingidos por jato d'água lançado pela polícia durante protesto contra Nicolas Maduro, em Caracas, na Venezuela: o governo atribui a violência aos infiltrados (REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)

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Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2014 às 06h52.

Bogotá - Com seis mortes confirmadas nessa quarta-feira (19), desde o início dos protestos na semana passada, o governo de Nicolás Maduro anunciou que poderá decretar estado de exceção em algumas regiões da Venezuela, para conter o que chama de "plano de conspiração contra a estabilidade”.

A primeira região poderá ser Táchira (estado da Região Andina), que registrou sérios distúrbios, como barricadas, incêndios e atentados com tiros em manifestantes.

"Se tenho que decretar estado de exceção especial para Táchira, estou pronto para decretá-lo e mandar os tanques, as tropas, a aviação, mandar toda a força militar da pátria. Estou pronto para fazê-lo. Primeiro, tenho as faculdades constitucionais para fazê-lo, tenho a claridade estratégica e tenho a lei habilitante, disse Maduro em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão

A situação também se agravou em Valência, capital de Carabobo. Lá ocorreram fortes confrontos, e os ânimos estavam bastante acirrados nessa quarta-feira, após a morte da Miss Turismo do estado, Génesis Carmona, 22 anos, que havia sido ferida na terça, quando participava de um protesto.

Maduro também anunciou que já mandou deter os infiltrados nas manifestações. Segundo ele, os infiltrados e motorizados são parte do plano para amedrontar e criar medo na classe média venezuelana e para “injetar o ódio no país”.

Ele ressaltou que as ações não fazem parte do chavismo. “Aqui não há ninguém enviado nem autorizado [a agir com violência], se alguém tomou essa iniciativa, eu desconheço e chamo para que volte atrás. Vamos respeitar a convivência em paz das pessoas, dos vizinhos. Eu assumo a minha responsabilidade e que vocês assumam a de vocês, chefes da oposição”.


As informações são bastante controversas no país. O governo atribui a violência aos infiltrados, supostamente ligados a grupos da extrema direita, para provocar o caos e gerar instabilidade.

Entre os opositores e manifestantes há um consenso de que parte da onda violenta é fruto da repressão policial e também da ação de grupos motorizados armados. Em vários protestos, estudantes denunciam a presença de coletivos socialistas, acusados pela oposição de atuar como paramilitares, debaixo da conivência do governo.

Em seu pronunciamento, Maduro defendeu os coletivos, ao dizer que não aceitaria a “demonização desses grupos”. Ele garantiu que os coletivos não têm ligação com os atentados.

“Eu lhes dou garantias de que o que esses coletivos estão fazendo é trabalhar e produzir cultura”, disse. No entanto, o presidente admite o porte de armas entre esses grupos. “No passado, eles se armaram, se organizaram para proteger sua comunidade”

Maduro defendeu que, para frear a violência, a Justiça seja acionada e revelou a existência de um plano de setores da oposição para “assassinar Leonardo López”, o opositor detido desde terça-feira (18).

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