Nicolás Maduro (Carlos Becerra/Bloomberg)
Agência de notícias
Publicado em 9 de dezembro de 2023 às 17h12.
Última atualização em 9 de dezembro de 2023 às 17h28.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, admitiu, neste sábado (9), em postagens no X (antigo Twitter), que pode haver diálogo com a Guiana, país com o qual disputa a região de Essequibo. Em meio à tensão, Maduro escreveu que quer “paz e compreensão”.
Guyana y ExxonMobil se tendrán que sentar a dialogar con nosotros, el Gobierno de la República Bolivariana de Venezuela. Desde el corazón y del alma, queremos Paz y entendimiento. ¡Por las buenas, todo! ¡Qué lo escuche el mundo, con el Acuerdo de Ginebra, Todo!
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) December 9, 2023
A manifestação de Maduro ocorreu logo após seu telefonema ao presidente Lula (PT), na manhã deste sábado. De acordo com o Planalto, Lula externou a "crescente preocupação" de países da América do Sul com a disputa entre a Venezuela e a Guiana em torno da região de Essequibo, conflito que tem aumentado a tensão entre os dois países vizinhos do Brasil.
Maduro também chamou atenção que, mesmo com a intenção do diálogo, as “autoridades da Guiana revogaram o acordo de Genebra”. Ele apontou que o país vizinho ameaça construir uma base militar para o Comando Sul dos Estados Unidos.
Hemos optado por el diálogo directo con Guyana, pero sus autoridades patearon el Acuerdo de Ginebra y empezaron a repartir nuestro mar, amenazando con poner una base militar del Comando Sur de EE. UU. ¡Ajá! No contaban con nuestra astucia, el Pueblo salió en defensa de la Guayana… pic.twitter.com/80DlFYRwOl
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) December 9, 2023
“Não contaram com a nossa astúcia, o Povo saiu em defesa da Guiana Essequiba. Não poderão ignorar a vontade soberana da Venezuela”, escreveu o presidente Maduro. A vontade soberana citada pelo presidente venezuelano tem relação com a votação do referendo realizado no domingo (3), que, segundo o governo, 95,9% dos eleitores aprovaram a transformação do território de Essequibo em um estado da Venezuela. A região pertence oficialmente à Guiana desde 1899, mas é reivindicada pela nação vizinha.
Segundo o governo, 10,5 milhões de eleitores participaram do referendo, que aprovou ainda a garantia de cidadania e documento de identidade aos mais de 120 mil guianenses que vivem no território.
Após o referendo, Maduro encaminhou um projeto de lei que cria o Estado da Guiana Essequibo. O parlamento venezuelano já está analisando o texto e realiza debates nacionais nos próximos dias.
Diante do momento de tensão entre Venezuela e Guiana pelo território de Essequibo, uma nota conjunta de países do Mercosul e mais quatro sul-americanos apontou uma “profunda preocupação com a elevação das tensões”.
A Guiana sinalizou que está com as forças de defesa em alerta, para possíveis tentativas de Maduro em tomar a região, que corresponde a mais de 70% do seu território.