Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante discurso no Palácio Miraflores, em Caracas (Palácio Miraflores/Divulgação via Reuters)
Da Redação
Publicado em 3 de junho de 2014 às 23h03.
Caracas - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou nesta terça-feira a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) de acabar com o diálogo aberto em abril para tentar buscar uma saída à crise política provocada pelos protestos antigovernamentais.
'A oposição parou o diálogo, abandonou o diálogo', afirmou o chefe de Estado durante seu programa de rádio retransmitido também pela televisão.
Maduro, no entanto, pediu que a comissão governista espere a MUD para seguir trabalhando.
'Esperem, continuem esperando, mas não parem de trabalhar. Se eles não chegam... bem, não chegaram, são eles os que perdem, nós continuamos nosso caminho', declarou.
O diálogo entre o governo e a oposição começou no último dia 10 de abril com a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e o Vaticano como mediadores, mas, após uma série de reuniões, a MUD anunciou em 13 de maio que as conversas estavam 'congeladas' e que não haveria novas reuniões até que se produzissem 'gestos' do lado governista.
Por sua vez, a MUD acusou hoje Maduro e o presidente do Parlamento, Diosdado Cabello, de querer acabar definitivamente com o diálogo.
O secretário-executivo adjunto da MUD, Ramón José Medina, disse hoje à Agência Efe que tanto Maduro como Cabello dão 'declarações irresponsáveis' para torpedear um processo que 'esteve sempre contaminado com uma quantidade de expressões inadequadas, inoportunas, impertinentes'.