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Macron visita países bálticos nesta segunda

Presidente francês vai encontrar tropas francesas estacionadas por lá e discutir tensão política na Bielorrússia com lideranças da Letônia e Lituânia

Putin e Macron: relações estremecidas com visita do francês a países bálticos para discutir tensão na Bielorrússia (Chesnot/Getty Images)

Putin e Macron: relações estremecidas com visita do francês a países bálticos para discutir tensão na Bielorrússia (Chesnot/Getty Images)

LB

Leo Branco

Publicado em 28 de setembro de 2020 às 06h11.

O presidente francês Emmanuel Macron começa nesta segunda-feira, 28, uma viagem de dois dias à região dos países bálticos.

Hoje, Macron tem encontro marcado com o presidente da Lituânia Gitanas Nauseda. Amanhã, o mandatário da França vai à Letônia conversar com lideranças políticas locais além de visitar tropas francesas estacionadas na região em missões da Otan, a aliança militar dos países da América do Norte e da Europa a qual Letônia e Lituânia fazem parte.

Na lista de prioridades de Macron na região está a escalada da violência na vizinha Bielorrússia, onde uma eleição fraudada garantiu mais um mandato ao presidente Alexander Lukashenko, no mês passado. De lá para cá, a oposição tem organizado protestos em massa.

Ambos Letônia e Lituânia reconhecem a líder de oposição Sviatlana Tsikhanouskaya como a vencedora legítima do pleito. Por causa da tensão no país, Svetlana está refugiada num destino desconhecido dentro da Lituânia. Na última sexta, 25, Lukashenko tomou posse numa cerimônia às pressas, e bastante esvaziada, na capital Minsk.

O medo das lideranças bálticas é do aumento da influência da Rússia na região com a permanência de Lukashenko no poder. O presidente russo Vladimir Putin é a única autoridade mundial de peso a reconhecer a vitória de Lukashenko. As sanções diplomáticas e econômicas do Ocidente à Bielorrúsia deverão aumentar a dependência do país à Rússia.

O cenário, por sua vez, alimenta temores entre os bálticos de um aumento na presença militar russa na região. A pior das hipóteses é o de uma invasão militar ao estilo da engendrada por Putin na Ucrânia após a derrota eleitoral do presidente Viktor Yanukovytch, aliado dos russos, em 2014. A crise foi responsável pela anexação unilateral, pelo Exército russo, da península da Crimeia, até então uma província da Ucrânia. Os países bálticos temem um movimento semelhante da Rússia - daí a importância da presença da Otan na região na visão deles.

A visita de Macron à região deve ampliar os laços de cooperação militar entre os três países. Em 2019, por um pedido de Macron, tropas da Lituânia foram despachadas ao Mali, no norte da África, para uma missão de paz da Organização das Nações Unidas. Em troca, mais militares franceses foram despachados aos países bálticos em virtude da paranoia local sobre a ameaça russa.

As conversas do presidente francês têm tudo para irritar Putin, que vê os países bálticos como zona de influência da Rússia. Macron e Putin chegaram a organizar uma cúpula entre os dois países, no ano passado, em Paris, e até então vinham mantendo um diálogo constante para ampliar a cooperação econômica e militar entre a Rússia e o bloco da União Europeia.

Agora, a expectativa é de tudo isso vá por água abaixo.

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