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Macron sugere envio de tropas ocidentais à Ucrânia, ainda que descarte ação no momento

Comentário do presidente francês provocou resistência de outros líderes europeus

Emmanuel Macron, presidente da França (AFP/AFP Photo)

Emmanuel Macron, presidente da França (AFP/AFP Photo)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 15 de março de 2024 às 13h33.

Última atualização em 15 de março de 2024 às 13h33.

O presidente da França, Emmanuel Macron, alertou as potências do Ocidente para que não mostrem quaisquer sinais de fraqueza à Rússia, ao reiterar, na quinta-feira, 14, que o envio de tropas ocidentais para a Ucrânia não deveria ser descartado, embora tenha afirmado que a situação não justifica essa mobilização neste momento.

Em entrevista à televisão nacional francesa TF1 e France 2, Macron foi questionado sobre a perspectiva de enviar tropas ocidentais para a Ucrânia, algo que ele aventou, publicamente, no mês passado. Os comentários provocaram resistência de outros líderes europeus, os quais enfatizaram a inexistência de planos de envio de tropas para a área de conflito.

"Não estamos nessa situação hoje", disse Macron, ainda que tenha acrescentado que "todas essas opções são possíveis".

Macron, que é o comandante-chefe das Forças Armadas do país, recusou-se a descrever em qual situação a França estaria pronta para enviar tropas. Ele disse que a responsabilidade por provocar tal medida caberia a Moscou. "Não seríamos nós", afirmou, completando que a França não lideraria uma ofensiva na Ucrânia contra a Rússia.

"Hoje, para termos paz na Ucrânia, não devemos ser fracos", disse.

Macron descreveu a guerra entre Rússia e Ucrânia como "existencial" para a França e a Europa.

"Se a guerra se espalhasse pela Europa, seria uma escolha e uma responsabilidade exclusiva da Rússia. Mas se decidirmos hoje ser fracos, decidirmos que não responderíamos, já estaria sendo uma derrota. E eu não quero isso", afirmou.

A entrevista televisiva de Macron foi exibida depois de o Parlamento francês ter debatido a estratégia do país para a Ucrânia nesta semana. A Assembleia Nacional e o Senado aprovaram em votação simbólica, o acordo bilateral de segurança de dez anos assinado no mês passado entre Macron e o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski.

Macron disse que trabalhará para trazer mais apoio à Ucrânia em uma reunião marcada para sexta-feira (15) com o chanceler alemão Olaf Scholz, e o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, em Berlim.

No mês passado, o presidente francês parecia isolado no cenário europeu, depois dos seus comentários numa conferência de Paris sobre a Ucrânia terem provocado protestos de outros líderes. Scholz, em particular, pareceu contradizer Macron, dizendo que os participantes concordaram que "não haverá tropas terrestres" em solo ucraniano enviadas por Estados europeus.

Posteriormente, as autoridades francesas procuraram esclarecer as observações de Macron e conter a reação, ao mesmo tempo em que insistiam na necessidade de enviar um sinal claro à Rússia de que não pode vencer na Ucrânia.

Na quarta-feira, Scholz pareceu rejeitar qualquer especulação de atritos entre a França e a Alemanha, dizendo que tem um "relacionamento pessoal muito bom" com Macron.

França, Alemanha e Polônia participarão do chamado Triângulo de Weimar, um grupo que é especialmente importante agora que "estamos todos tão preocupados com as terríveis consequências da guerra de agressão russa na Ucrânia", disse Scholz.

Apoiar a Ucrânia "é uma questão muito concreta e muito prática, já que o que importa é saber se há munição suficiente, artilharia suficiente, defesa aérea suficiente - muitas coisas que desempenham um papel importante. E discutir e avançar, mais uma vez, nesta cooperação é necessário neste momento", disse Scholz.

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