MACRON E PUTIN: presidente francês recebeu o colega russo em Versalhes / Alexander Zemlianichenko/Pool/Reuters
Da Redação
Publicado em 29 de maio de 2017 às 18h52.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h01.
A linha vermelha de Macron
O presidente francês, Emmanuel Macron, disse ao presidente russo, Vladimir Putin, que o uso de armas químicas na Síria cruzaria “uma linha vermelha muito clara” e que, embora defenda uma saída diplomática e cooperação para solucionar a crise no país, a França não mostraria “fraqueza alguma” para retaliar. A expressão “linha vermelha” ficou marcada na gestão do ex-presidente americano Barack Obama, que afirmou que o uso de armas químicas pelo ditador Bashar Al-Assad faria os Estados Unidos intervirem na Síria. Macron e Putin se reuniram por duas horas no Palácio de Versalhes, em Paris, numa conversa classificada pelo presidente francês como “extremamente franca e direta”.
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Fake news francesas
Em entrevista coletiva após o encontro, Macron e Putin também foram questionados pela imprensa sobre as acusações de que o governo russo teria tentado intervir nas eleições francesas ao espalhar notícias falsas a favor da candidata de extrema-direita, Marine Le Pen. Putin se defendeu das acusações e disse que esse não foi um tema da reunião. Macron, que proibiu dois jornais russos de cobrirem sua campanha, disse que tais veículos nem deveriam ser considerados jornalísticos. O presidente russo também afirmou que sanções a seu país pela anexação do território ucraniano da Crimeia não resolveriam a crise “de forma alguma”.
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McCain: Putin é ameaça
Enquanto Macron se reunia com Putin em Paris, o senador americano John McCain, em visita à Austrália, afirmava que Putin é uma ameaça tão grande quanto o grupo terrorista Estado Islâmico. “Eu acho que ele é a primeira e mais importante ameaça, mais do que o ISIS”, disse o republicano, citando casos como a anexação da Crimeia e as tentativas de interferência nas eleições americanas e Rússia.
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Pentágono contra-ataca
O Pentágono deve testar na terça-feira um projeto de interceptação de mísseis, que vem sendo desenvolvido há três anos, segundo o jornal The New York Times. Um foguete, lançado da costa dos Estados Unidos, poderia interceptar um projétil do outro lado do Oceano Pacífico. O teste é uma represália a um novo lançamento de míssil feito pela Coreia do Norte no domingo e que caiu nas águas do Japão — é o terceiro lançamento seguido do regime do ditador Kim Jong-un nas últimas três semanas.
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Europeus x Trump
Após o fim do tour internacional do presidente americano, Donald Tump, o ministro das Relações Internacionais alemão, Sigmar Gabriel, disse que o presidente “enfraqueceu” a Europa e está “contra os interesses” da União Europeia. Em reuniões com líderes europeus no fim de semana, Trump disse que os aliados precisam gastar mais com a Otan (organização militar ocidental), que não está certo se vai manter os Estados Unidos no acordo climático de Paris e que a Alemanha é “má” pelas grandes exportações de carros para o mercado americano. Gabriel afirmou que os europeus precisam “se opor agora mesmo” às medidas protecionistas e extremistas de Trump.
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Corbyn: garantia de Brexit
O líder da oposição no Reino Unido, Jeremy Corbyn, do Partido Trabalhista, disse que, se eleito primeiro-ministro, vai garantir a execução do Brexit — saída britânica da União Europeia. “Vai haver um acordo”, disse. A premiê Theresa May, do Partido Conservador, havia dito que “abandonaria” as conversas se o acordo fosse ruim para o Reino Unido. O próximo premiê britânico será decidido na eleição legislativa do país, em 8 de junho, num pleito convocado por May para, segundo ela, dar legitimidade às negociações pelo Brexit. A vantagem dos conservadores, que já chegou a 20 pontos percentuais, hoje gira em torno dos 5%, com o partido de May tendo pouco mais de 40% das intenções de voto.
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Sachs: ouro de Maduro
O líder do Congresso venezuelano, Julio Borges, disse em uma carta aberta que o banco Goldman Sachs dá “sobrevida financeira” ao presidente Nicolás Maduro. O jornal The Wall Street Journal publicou nesse domingo que a instituição comprou 865 milhões de dólares em ações da petroleira estatal PDVSA. Borges afirmou que o aporte do Sachs na PDVSA serve para “fortalecer a brutal repressão ” no país — quase 60 pessoas já morreram em protestos contra Maduro nos últimos dois meses. Os Estados Unidos são o principal destino das exportações de petróleo venezuelano.