Propaganda de rua das campanha de Marine Le Pen e Emmanuel Macron nas eleições da França, dia 24/04/2017 (Pascal Rossignol/Reuters)
Reuters
Publicado em 1 de maio de 2017 às 12h10.
Última atualização em 1 de maio de 2017 às 12h41.
Paris - Favorito à eleição presidencial da França, o candidato de centro Emmanuel Macron e sua rival de extrema-direita Marine Le Pen trocaram farpas em Paris durante o Dia do Trabalho, quando a campanha eleitoral mais crucial do país em décadas entrou em sua semana final.
Macron tentou pintar a líder do partido Frente Nacional como uma extremista pelo terceiro dia consecutivo, enquanto Le Pen o retratou como um clone do impopular presidente socialista em fim de mandato, François Hollande, para o qual ele trabalhou como ministro da Economia entre 2014 e 2016.
A pesquisa de opinião mais recente mostrou Macron à frente de Le Pen com uma vantagem de 61 a 39 por cento das intenções de voto antes da eleição de domingo, que oferece aos franceses sua visão de uma integração mais estreita com uma União Europeia modernizada e os clamores da adversária por cortes na imigração e o descarte do euro.
"Irei lutar até o último segundo não somente contra seu programa, mas também sua ideia do que constitui a democracia e a República Francesa", disse Macron, um político independente apoiado pelo novo partido En Marche! (Adiante!), que ele mesmo criou um ano atrás.
Ele discursava depois de prestar homenagem a um jovem marroquino que se afogou no rio Sena, em Paris, 22 anos atrás depois de ser empurrado para dentro das águas por skinheads nos arredores de um comício realizado pela Frente Nacional, então liderada pelo pai de Marine Le Pen, Jean-Marie, no Dia do Trabalho.
Em um evento de campanha em Villepinte, um subúrbio no norte da capital, Le Pen disse: "Emmanuel Macron é só François Hollande querendo ficar e se agarrando ao poder como uma craca".
Desde que assumiu a sigla, ela vem se esforçando para livrar-se das associações xenófobas e antissemitas e tornar-se mais atraente a um eleitorado mais amplo, e durante o final de semana afirmou que não tem mais contato com o pai e que não é responsável por seus "comentários inaceitáveis".
A campanha eleitoral agressiva polarizou o país, expondo parte do mesmo sentimento de revolta com a globalização e com as elites políticas que levou Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos e os britânicos a votarem a favor da desfiliação da UE, o chamado Brexit.
A votação da quinta maior economia do mundo e aliada crucial da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) será a primeira que irá eleger um presidente que não pertence a nenhuma das principais legendas políticas, já que os postulantes do Partido Socialista e do conservador Os Republicanos foram eliminados no primeiro turno de 23 de abril.