Uma vitória de Macron poderia interromper uma série de resultados eleitorais com viés nacionalista e anti-globalização (Stephane Mahe/Reuters)
Reuters
Publicado em 7 de maio de 2017 às 11h25.
Paris - Os eleitores franceses escolhem neste domingo entre um centrista pró-União Europeia e uma ultra-direitista anti-imigração e cética quanto ao Euro para liderar o país pelos próximos cinco anos, com dados iniciais indicando que o comparecimento às urnas deve ser baixo, mas acima das últimas projeções.
Pesquisas de opinião preveem que após as 8 horas da noite no horário local Emmanuel Macron, um ex-ministro da Economia de 39 anos, que quer ser a ponte entre as divididas esquerda e direita, deverá ser nomeado presidente, ao vencer sua adversária, a líder da Frente Nacional, Marine Le Pen.
Uma vitória de Macron poderia interromper uma série de resultados eleitorais com viés nacionalista e anti-globalização, como a vitória da opção do Reino Unido em deixar a União Europeia e a de Donald Trump na Presidência dos EUA.
Macron, que quer desregulamentar a economia e aumentar a integração com a UE, deve vencer com entre 61,5% e 63% dos votos, segundo a última pesquisa de opinião na sexta-feira.
Se ocorrer uma surpresa e Le Pen vencer, o próprio futuro da UE pode estar em jogo, devido ao desejo da candidata de fechar fronteiras, esvaziar o euro e rasgar acordos comerciais.
Mesmo em cenário de derrota, a candidata de 48 anos deve ter quase o dobro dos votos que seu partido conseguiu na última vez em que chegou ao segundo turno da eleição presidencial, em 2002, demonstrando a escala da insatisfação com a política tradicional na França.
Por volta do meio-dia os dois candidatos já tinham votado e dados do Ministério do Interior apontavam que 28,23% dos eleitores compareceram às urnas até o momento, o menor percentual no período desde a eleição presidencial de 2002, quando a taxa foi de 26,19%.
Em 2012 e 2007 o comparecimento ao meio dia era de 30,66% e 34,11%, respectivamente.
Uma pesquisa na sexta-feira projetou que 75% dos eleitores devem votar ao final do pleito, contra comparecimento acima de 80% nas eleições de 2002, 2007 e 2012.
(Por Ingrid Melander, Marina Depetris e Bate Felix)