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Macri promete leis de ética diante de escândalos de corrupção

Nas últimas denúncias judiciais, uma deputada aliada do governo indicou que as empresas de Macri estão envolvidas na Operação Lava Jato por subornos

Macri: em discurso, Macri defendeu o rumo econômico iniciado há 15 meses e ofereceu um panorama de conquistas com otimismo (Martin Acosta/Reuters)

Macri: em discurso, Macri defendeu o rumo econômico iniciado há 15 meses e ofereceu um panorama de conquistas com otimismo (Martin Acosta/Reuters)

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AFP

Publicado em 1 de março de 2017 às 16h16.

O presidente argentino Mauricio Macri, investigado por casos de suposta corrupção e conflitos de interesse com a empresa de sua família, prometeu nesta quarta-feira decretos e leis de ética pública para que "ninguém duvide" de sua gestão.

Em seu discurso de abertura das sessões no Congresso, Macri defendeu o rumo econômico iniciado há 15 meses e ofereceu um panorama de conquistas com otimismo, em contraponto à visão dos grêmios e sindicatos que ameaçam com paralisações e uma grande marcha sindical na próxima semana.

"Que tudo seja transparente e que ninguém duvide das decisões deste presidente", disse Macri em uma mensagem de uma hora transmitida em cadeia nacional.

Segundo o presidente, "ética e transparência não é apenas para o setor público, mas também para o setor privado. Peço ao Congresso que debata a lei de Responsabilidade Empresarial", acrescentou.

"A obra pública deixou de ser um sinônimo de corrupção", apontou.

Nas últimas denúncias judiciais, a deputada aliada do governo, Margarita Stolbizer, indicou que as empresas de Macri estão envolvidas na Operação Lava Jato por subornos, no Brasil, da empreiteira Odebrecht.

O procurador Jorge Di Lello abriu nesta quarta-feira uma investigação pelos supostos crimes de "associação ilícita, fraude e tráfico de influências", ao outorgar rotas domésticas e internacionais a uma empresa de aviação de baixo custo supostamente ligada ao Grupo Macri.

Em sua fala, Macri também criticou o "populismo" de seus antecessores, os ex-presidentes Néstor e Cristina Kirchner, e fez grandes elogios a sua gestão.

Disse que "aparecem sinais de melhoras da economia", apesar de relatórios de consultoras privadas e câmaras industriais que revelam fechamentos de fábricas, diminuição do consumo e de salários, além da demissão de milhares de trabalhadores.

O presidente afirmou que a Argentina se levanta após "décadas de esbanjamento e corrupção".

"Superamos o mais difícil desta transição e o país está mudando: a Argentina está se colocando de pé", assegurou.

Macri assegurou que "2017 vai ser um ano melhor que o anterior", e que seu governo enxerga "a longo prazo", porque o curto prazo é mais fácil, "mas se esgota e deixa muitas pessoas piores do que antes".

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