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Macri assina decreto e traz terrorismo à agenda eleitoral

Presidente argentino participará de cerimônia que marca o aniversário de 25 anos do atentado à Amia (associação israelita argentina), que deixou 85 mortos

Macri: na sexta-feira o presidente participa de cerimônia ao lado do secretário de estado dos EUA, Mike Pompeo (Kyodo/Reuters)

Macri: na sexta-feira o presidente participa de cerimônia ao lado do secretário de estado dos EUA, Mike Pompeo (Kyodo/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2019 às 06h50.

Última atualização em 18 de julho de 2019 às 07h10.

O presidente argentino Mauricio Macri assina nesta quinta-feira um decreto que traz as relações internacionais do país para o centro de debate eleitoral.

Macri participará de uma cerimônia que marca o aniversário de 25 anos do atentado à Amia (associação israelita argentina) e assinará um decreto criando um sistema de registo de pessoas e entidades com possíveis ligações ao terrorismo.

O ataque à Amia deixou 85 mortos e centenas de feridos após uma van carregada de explosivos ser detonada em frente ao edifício, em 1994. O caso até hoje não foi esclarecido e ocorreu apenas dois anos depois de um ataque à embaixada de Israel em Buenos Aires, que matou 22.

A tese mais provável apontada pela Justiça argentina é que o ataque à Amia foi organizado pelo grupo libanês Hezbollah junto com o governo do Irã.

A ex-presidente argentina Cristina Kirchner, candidata a vice numa chapa de oposição a Macri no pleito deste ano, é suspeita de ter assinado um pacto com o Irã em 2013 para acobertar a autoria do atentado.

O acordo era investigado pelo procurador Alberto Nisman, que foi encontrado morto, em 2015, um dia antes de levar a investigação a público, num episódio tampouco esclarecido.

O cabeça de chapa de Cristina, Alberto Fernández, prestou depoimento sobre o caso na semana passada e disse que Nisman havia lhe dito ter provas contra a ex-presidente. A relação do chapa adversária com o episódio é um trunfo político que Macri deve explorar em sua campanha.

O secretário de estado norte-americano, Mike Pompeo, está a caminho da Argentina, o que ajuda a apimentar o debate sobre as relações geopolíticas do governo Macri.

Nas últimas semanas, o Irã e os Estados Unidos têm elevado o tom de ameaças mútuas em meio ao aumento do enriquecimento de urânio pelo país persa. Na sexta-feira, Macri e Pompeo participam de uma homenagem às vítimas do atentado. Mais uma oportunidade para misturar dor com política.

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