Mundo

Maconha legal ganha espaço nos EUA e terá primeiro "resort"

As pesquisas de opinião revelaram que a sociedade americana está cada vez mais aberta à regularização da substância psicotrópica


	Homem fuma maconha nos EUA: uma reserva indígena anunciou sua intenção de inaugurar no réveillon o primeiro "resort" do país dedicado exclusivamente à maconha
 (Marc Piscotty/ThinkStock)

Homem fuma maconha nos EUA: uma reserva indígena anunciou sua intenção de inaugurar no réveillon o primeiro "resort" do país dedicado exclusivamente à maconha (Marc Piscotty/ThinkStock)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2015 às 10h22.

Washington - A maconha legal para uso recreativo está ganhando espaço a passos largos nos Estados Unidos, onde já são quatro estados que a permitem, e onde será inaugurado o primeiro complexo de férias dedicado exclusivamente a cannabis.

Desde que os eleitores do Colorado e do estado de Washington aprovaram a legalização da cannabis recreativa, em novembro de 2012, as pesquisas de opinião revelaram que a sociedade americana está cada vez mais aberta à regularização da substância psicotrópica.

O último episódio rumo à normalização da maconha recreativa nos EUA foi protagonizado por uma reserva indígena, que anunciou sua intenção de inaugurar no réveillon o primeiro "resort" do país dedicado exclusivamente à maconha.

A tribo dos Santee Sioux, em Dakota do Sul, um grupo de menos de 800 pessoas, já possui na área da reserva um cassino, um hotel de 120 quartos e um rancho com mais de 240 bisontes.

A ideia é que os clientes hospedados no hotel tenham à sua disposição serviços de transfer que os levarão até o complexo recreativo, aonde encontrarão dez pistas de boliche, fliperamas, um bar e um restaurante, tudo isso em um ambiente em que se poderá comprar e fumar maconha sem problema.

"Quando estiver pronto, este projeto de desenvolvimento econômico ajudará a criar muitos empregos adicionais e aumentará a estabilidade econômica da tribo e de seus membros", disse à "CNN" o presidente da tribo, Anthony Reider.

Dakota do Sul, um estado de fortes tendências conservadoras, não está entre os quatro que legalizaram o consumo de maconha recreativa (Colorado, Washington, Oregon e Alasca), mas as reservas indianas contam nos EUA com suas próprias leis, e, assim como facilitam a instalação de cassinos, permitiriam um empreendimento com estas características.

No ano passado, o Departamento de Justiça se pronunciou especificamente sobre a questão, e garantiu que não perseguirá nem interferirá nas operações de empreendimento dedicados à distribuição e ao cultivo de maconha que operem em reservas indígenas.

Em menos de uma semana desde o anúncio, os Santee Sioux disseram já ter recebido a confirmação de 100 pessoas à inauguração do complexo na noite de ano novo, em que servirá álcool e maconha a todos os maiores de 21 anos e permitirá o consumo em público.

Este último aspecto representa uma diferença substancial em relação aos estados onde a cannabis recreativa foi legalizada, como Washington e Colorado, já que nesses territórios o consumo está permitido em espaços privados, mas em nenhum caso em público.

O "resort" dos Santee Sioux não só venderá e permitirá fumar em público, mas também cultivará sua própria maconha, até 60 variedades de cannabis "de alta qualidade, livres de poluentes e orgânicos", explicou o advogado tribal, Seth Pearman.

Os promotores do complexo preveem ganhar US$ 2 milhões ao ano, e o resort se transformaria em um catalisador econômico para a tribo, que ainda sofre as consequências da crise econômica de 2008.

"Decidimos que, diante da potencial legalização da maconha em Dakota do Sul, é uma oportunidade para nos adiantarmos um pouco ao estado e gerar alguma receita que nos permita solucionar alguns problemas", indicou Reider.

Ao contrário do que foi dito pelo presidente da tribo, a maconha legal tem ainda um longo caminho a percorrer em um dos estados mais republicanos do país, como é a Dakota do Sul, e os eventos recentes levam a pensar que isso não tem porquê ser necessariamente assim.

O Alasca, outro estado de forte tendência conservadora e com características semelhantes às de Dakota do Sul (muito extenso e pouco povoado), aprovou por referendo a legalização da cannabis em novembro do ano passado, se tornando o primeiro estado claramente republicano a permitir a droga.

O anúncio da tribo dos Santee Sioux confirma uma tendência de alta nos Estados Unidos, onde a maconha recreativa tem ganhado espaço, respaldada por um apoio cada vez mais significativo da opinião pública.

Acompanhe tudo sobre:DrogasEstados Unidos (EUA)MaconhaPaíses ricos

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru