Macedônia: apenas 36,91% dos eleitores votaram no plebiscito sobre a alteração do nome do país (Adél Békefi/Getty Images)
EFE
Publicado em 2 de outubro de 2018 às 12h16.
Bruxelas - O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, ressaltou nesta terça-feira que a "única maneira" para a Macedônia se tornar membro da organização é "implementar o acordo" com a Grécia sobre a mudança de nome do país, que passaria a se chamar Macedônia do Norte.
"A única maneira de fazer parte da Otan é aceitando e implementando este acordo com a Grécia. Não há outra via", afirmou Stoltenberg.
O motivo da declaração foi o polêmico resultado do plebiscito realizado no domingo na Macedônia. A maioria votou pela mudança do nome do país, mas a votação foi invalidada por causa da baixa participação.
O político norueguês disse que "a Macedônia tem que decidir o caminho a seguir", mas reforçou que "não há alternativa possível". Segundo ele, caso o acordo seja concluído, "a Otan estará pronta para dar as boas-vindas ao país como o 30º membro".
"As conversas de adesão já começaram, e espero que possam ser concluídas em janeiro. Terminadas as mudanças constitucionais sobre o novo nome, a Macedônia poderá assinar um protocolo de adesão. É uma oportunidade histórica. Peço a todos os líderes políticos e às partes para que trabalhem juntos de maneira construtiva e responsável para aproveitar esta oportunidade", comentou.
O resultado do plebiscito pode levar o país às eleições se o governo não conseguir um acordo com a oposição para a realização da reforma constitucional necessária.
Tanto o governo, que apoiava o "sim" para o acordo com a Grécia sobre o novo nome definitivo para o país, como a oposição, que boicotou a votação, se disseram vencedores da consulta popular.
Apenas 36,91% dos eleitores votaram no plebiscito, uma porcentagem de participação muito abaixo dos 50% mais um necessários para a validação do resultado, um argumento que o partido conservador VMRO-DPMNE utilizou para declarar que o povo é contra o acordo.
Caso o acordo seja implementado e a reforma para a mudança de nome concluída com sucesso, o país também abriria o caminho para fazer parte da União Europeia, uma adesão que também está bloqueada pela Grécia.