Refugiados: "Não há alojamento apropriado para todos, a situação está se tornando uma crise humanitária" (Marko Djurica / Reuters)
Da Redação
Publicado em 3 de março de 2016 às 12h14.
Atenas - As autoridades de fronteira da Macedônia deixaram passar apenas 500 refugiados nas últimas 24 horas, o que aumenta a situação dramática no acampamento grego de Idomeni, que já abriga mais de 10 mil pessoas.
Alguns dos migrantes disseram à imprensa que a polícia macedônia não aceita os certificados eletrônicos expedidos pelas autoridades gregas. No lado macedônio, os migrantes alegam que não podem comprovar sua validade.
Novamente foram vistas cenas de desespero na fronteira, quando alguns dos refugiados eram rechaçados. Um homem desmaiou ao ser devolvido à Grécia.
Em protesto contra o fechamento da fronteira, um grupo de migrantes cortou a ferrovia que liga Macedônia e Grécia, bloqueando a passagem de todos os trens.
As autoridades calculam que as 10 mil pessoas que estão no campo de Idomeni devem aumentar em até cinco mil devido às que se amontoam em outros acampamentos especiais próximos, como os de Nea Kavala e Kilkis.
"As pessoas parecem estar calmas, mas estão desesperadas. Não há alojamento apropriado para todos, a situação está se tornando uma crise humanitária", declarou à Agência Efe ontem o porta-voz do Acnur em Idomeni, Babar Baloch.
A ONG Médicos sem Fronteiras manifestou preocupação a respeito da situação de higiene pela falta de instalações sanitárias, o que obriga muitas pessoas a fazerem suas necessidades fisiológicas ao ar livre, fato que pode contaminar as águas.
Mais de 30 mil refugiados estão na Grécia desde o fechamento das fronteiras pela Áustria e pelos países do denominado grupo de Visegrado. Centenas de refugiados continuam a chegar das ilhas ao continente, principalmente ao porto do Pireu.
Na quarta-feira, mil migrantes e refugiados chegaram à ilha de Lesbos pelas costas da Turquia.
Diante da pouca esperança que as fronteiras da denominada rota balcânica se abram em breve, a Grécia se prepara para deixar de ser um país de passagem para se tornar um de amparo permanente para os refugiados nos próximos dois ou três anos.