Macedônia: acordo pretende colocar ponto final a um litígio que se prolongou por 27 anos e que levou a Grécia a vetar a entrada da Macedônia na Otan e na UE (Ognen Teofilovski/Reuters)
EFE
Publicado em 12 de junho de 2018 às 15h42.
Última atualização em 15 de junho de 2018 às 18h51.
Atenas, Skopje, - A ex-república iugoslava da Macedônia passará a se chamar Macedônia do Norte, conforme definiram nesta terça-feira o primeiro-ministro, Zoran Zaev, e o colega grego, Alexis Tsipras, em uma conversa por telefone.
De acordo com o governo grego, o nome será traduzido aos idiomas dos respectivos países, exceto na Grécia, onde será utilizada a forma em eslavo, Severna Makedonja. O mesmo ocorrerá com a nacionalidade, que será a da Macedônia do Norte, salvo na Grécia, onde se utilizará sempre o nome eslavo.
O idioma será o macedônio, mas com a observação que se trata de uma língua dos eslavos do sul. Com esses esclarecimentos, a intenção é eliminar qualquer possível com relação com a região homônima no norte da Grécia e seus habitantes.
"A partir de agora, os 140 países que os reconhecem como República da Macedônia os reconhecerão como República da Macedônia do Norte, disse Tsipras em mensagem televisionada na qual explicou o acordo à população.
Segundo Tsipras, o acordo contempla que o país vizinho modifique a Constituição, onde ainda consta o nome de República da Macedônia, um passo que elimina qualquer pretensão irredentista.
"Nossos vizinhos não têm relação alguma com a antiga Macedônia que faz parte da herança grega", acrescentou.
Em encontro com a imprensa em Skopje, Zaev ressaltou que "a língua macedônia e a identidade étnica estão garantidas".
"A Grécia aceitou a identidade e a linguagem macedônias em todas as línguas", disse Zaev.
O acordo pretende colocar ponto final a um litígio que se prolongou durante 27 anos e que levou a Grécia a vetar a entrada da Macedônia na Otan e na União Europeia. No entanto, o acordo ainda tem um longo caminho a ser percorrido até a ratificação definitiva.
O primeiro-ministro macedônio afirmou que o acordo entrará em vigor se os dois Parlamentos o ratificarem e os cidadãos da Macedônia do Norte o aprovarem em um referendo.