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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.
São Paulo - Por trás da decisão de trocar uma reeleição quase certa ao Senado pela corrida ao Palácio dos Bandeirantes, Aloizio Mercadante (PT) arrancou do presidente Luiz Inácio Lula da Silva o compromisso de que não se lançará sem apoio na tentativa de vencer o favoritismo tucano no maior colégio eleitoral do País.
Como parte da fatura para enfrentar o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), que larga com mais de 50% nas pesquisas, o petista obteve a garantia de que Lula terá farta presença na propaganda eleitoral no rádio e na televisão e participará de comícios pelo Estado afora, independentemente da agenda da pré-candidata ao Planalto, Dilma Rousseff.
O reforço foi a maneira encontrada por Lula para amenizar a preocupação de Mercadante com o risco de ficar sem mandato a partir de 2011. Enquanto negociava a candidatura, o senador tentou sem sucesso buscar um ponto de apoio na eleição de 2012. Queria convencer a ex-prefeita Marta Suplicy a lhe dar prioridade para disputar a prefeitura paulistana, mas ouviu dela e de outros líderes petistas que era cedo demais para um acerto.
Com a promessa de Lula, Mercadante torce para abocanhar parte da popularidade do presidente. Entrou na conta a tese de que será mais fácil, por exemplo, atrair o voto de beneficiários de programas de transferência de renda. Só no Bolsa-Família, há 3,5 milhões de paulistas, distribuídos por 1,1 milhão de famílias no Estado, que até a semana passada estava sob comando do pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra. A conta do Planalto sobe para 8 milhões de pessoas, se considerados todos os programas assistenciais.
Ponto fundamental também a estratégia de Dilma, a promessa de Lula de entrar em campo em São Paulo alimenta o otimismo do time de Mercadante. "Estamos entrando nesta eleição para ganhar", diz o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (SP).
Ao mesmo tempo em que colará no presidente, Mercadante dará prioridade total à desconstrução da gestão tucana. A ideia é casar o discurso com o da campanha de Dilma, quem sabe com a contratação de um marqueteiro próximo a João Santana, que está à frente da comunicação da pré-candidata petista.
Mesmo que a estratégia naufrague, petistas apostam que a candidatura valerá a pena para Mercadante. Dizem que é no mínimo uma oportunidade de cair nas graças de Lula, revertendo arranhões na relação entre o presidente e o senador. Também predomina a avaliação de que as urnas vão enterrar o desgaste de 2006, quando Mercadante foi eliminado da corrida estadual em meio às denúncias sobre o dossiê dos aloprados. Mas petistas insistem que, mesmo com esse episódio e os vestígios do escândalo do mensalão, o senador teve 32% dos votos naquela eleição. "Agora, por outro lado, o cenário nunca foi tão favorável para o PT em São Paulo", diz Vaccarezza. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo